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domingo, 26 de junho de 2016

Os riscos da superdosagem do ácido fólico - o perigo em forma de vitamina

Olá, queridas.

No último post, falei um pouco sobre os benefícios do ácido fólico para tentantes e gestantes e uma breve chamada de atenção a respeito da superdosagem do ácido fólico. Para ver o post, clique aqui.

Acredito que os benefícios dessa vitamina para o feto e para a gestante são amplamente difundidos. Toda tentante sabe (ou ao menos deveria saber) sobre isso. Mas precisamos conversar sobre a dosagem ideal e os perigos de tomar altas dosagens de ácido fólico.

Os profissionais de saúde recomendam começar a suplementação 3 meses antes de engravidar. Sabemos também que a recomendação diária de ácido fólico é de 400mcg ou 0,4mg (400 microgramas), que devem ser tomados até a 12ª semana de gestação.

Eu sempre fui muito desconfiada em relação ao ácido fólico. Se nós sabemos que a recomendação diária é de 0,4mg, porque a maioria dos profissionais receitam marcas que possuem 4mg ou 5mg de ácido fólico em cada cápsula? São 10 vezes mais do que o recomendado. E não, isso não passa batido para o organismo. Não é tão simples assim "o que não precisa o organismo elimina". Vitaminas em excesso podem ter efeitos catastróficos na saúde.

ATENÇÃO portadoras de trombofilia (mutação da MTHFR) e hipotireoidismo, leiam este artigo:
A seguir, listarei alguns riscos da superdosagem dessa vitamina e respectivas fontes:

1) Austismo

Uma das últimas notícias a respeito, é super atual, do dia 13/05/2016, onde diz que "excesso de ácido fólico na gravidez dobra risco de autismo". Essa "conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, apresentado nesta sexta-feira durante o Encontro Internacional para Pesquisa sobre Autismo de 2016, em Baltimore" (Fonte: Veja). O interessante é que ácido fólico na quantidade ideal reduz em quase 40% o risco de autismo em recém-nascidos, pois é essencial para a síntese de DNA e processos de reparação de nosso organismo (Fonte: Veja).

2) Alterações no desenvolvimento neuropsicomotor e má-formação, nascimento de bebês pequenos

Presidente da Comissão de Perinatologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Eduardo Borges da Fonseca, alerta ainda que a superdosagem de ácido fólico também tem repercussões negativas na saúde do feto. “Já existem estudos que associam altas doses dessa vitamina com alterações no desenvolvimento neuropsicomotor da criança”, diz.

Eduardo Fonseca, explica que apesar da recomendação a maioria das gestantes utiliza a dose errada do medicamento.

“Está nos angustiando muito o fato da maior parte das unidades básicas de saúde do país fornecerem uma dose de 5 mg de ácido fólico para as gestantes”, destaca. Ele acrescenta que apesar da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) determinar que o medicamento também esteja disponível em gotas na rede pública de saúde em uma dosagem de 0,2 mg/ml – que seria adequada para uso das gestantes - a maioria das UBS do País oferece apenas o medicamento em forma de drágeas e com a dosagem de 5 mg. 

Conforme o médico, esta dosagem - considerada extremamente elevada para gestantes - é indicada para tratamento de anemia e pode ser prejudicial para o feto. Esse consumo em excesso pode comprometer o crescimento do feto, com o nascimento de bebês com peso abaixo do normal. “Estudos feitos em ratos demonstram que quando se utiliza a dose dez vezes maior do que a preconizada aumenta-se a prevalência de nascimento de bebês pequenos, provavelmente por uma alteração que reduz o tamanho da placenta”, explica o médico. Os consensos científicos consagrados até o momento determinam que há na segurança da dose de 400 microgramas ao dia.

O professor da UFMG Antonio Carlos Vieira Cabral salienta ainda que a dose de 5mg de ácido fólico oferecida pelo SUS não pode ser diária. “O ideal é que se use a dose certa – de 0,4 miligramas diariamente – para evitar a superdosagem. Caso contrário, a suplementação pode ter um efeito paradoxal na criança, prejudicando o neurodesenvolvimento ou até propiciando uma má-formação. Nunca se deve usar vitamina em excesso. Precisamos acabar com essa ideia equivocada de que ‘quanto mais vitamina, melhor’. A dose excessiva é tão prejudicial quanto a falta dela”, observa.
(Fonte: Biolab).

3) Câncer de mama na mulher

Há estudos que levantam a suspeita de o uso prolongado de ácido fólico em dosagens superiores às recomendadas pode estar associado ao câncer de mama. 

Resultados preliminares demonstram que mulheres que receberam altas doses de ácido fólico (5 mg/dia) durante a gravidez parecem apresentar maior probabilidade de morrer de câncer de mama em idade avançada da vida do que mulheres que tomaram baixas doses.
(Fontes: Febrasgo e CFM)

4) Ganho de peso

Um estudo recente, desenvolvido em ratos, comparou grupos que receberam dose usual de ácido fólico enquanto o outro recebeu suplementação 5x maior. As ratas grávidas que receberam a suplementação (especialmente com baixa ingestão proteica) tiveram alteração em nível genético, no aumento na atividade de fatores de transcrição (alterações epigenéticas) que levaram à proliferação de células adiposas, aumento na concentração de triglicerídios, e redução na metilação dos receptores de insulina, o que pode favorecer o desenvolvimento da diabetes. (Fonte: The Journal of Nutrition)

5) Mascarar uma possível anemia

Segundo um artigo, publicado em 2011 na revista eviews in Obstetrics and Gynecology, "Suplementação com ácido fólico e gravidez: mais do que apenas uma prevenção de defeitos de tubo neural",
[...] O risco potencial de suplementação com altas doses de folato deve ser considerado. Em primeiro lugar, a suplementação de folato pode encobrir a deficiência de vitamina B12 (anemia perniciosa) e deve ser tomado cuidado com indivíduos suscetíveis para evitar a falta desse diagnóstico. Além disso, preocupações foram levantadas sobre os efeitos potencialmente adversos do ácido fólico sintético não metabolizado em relação ao câncer, depressão e comprometimento cognitivo. Com todas essas preocupações, dados iniciais sugerem que a suplementação com l-metilfolato em vez de ácido fólico pode mitigar esses riscos. (Fonte)
Alternativa:
Antes eu colocava algumas alternativas neste post a respeito de algumas marcas e suas dosagens.

Recomendo agora ler o post abaixo, com informações mais atualizadas e mais referências científicas sobre o assunto:


Resumo:
  • Dosagem recomendada: 400mcg ou 0,4mg (400 microgramas) por dia.
  • Quando começar a tomar: 3 meses antes de engravidar.
  • Quando parar de tomar: na 12ª semana de gestação ou conforme recomendação médica.
Vamos nos empoderar! Informação é vida e poder.


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