sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Meu relato de parto - nasce um projetinho de bebê e uma arquimãe

Olá minhas leitoras!
Tudo bem com vocês?
Hoje trago finalmente o relato do meu parto.
Hoje, o dia que meu filho completa 2 anos de idade.
Parabéns pelos teus 2 anos de vida, meu Arthur lindo, meu filho amado! O quanto eu te amo não está escrito! É clichê, mas quando você nasceu, eu renasci. Nasceu um projetinho e junto uma arquimãe. Você me ensinou a te amar, e nem lembro mais como era a vida antes sem esse amor incondicional. Eu era incompleta e não sabia. Você veio para me transformar. Eu te amo infinito. Mamãe.
É comum o simbolismo de postar o relato de parto quando o bebê faz um ano. Até nisso vou ser diferente rs. Quando Arthur fez 1 ano eu estava em pleno puerpério, sentindo e vivendo tudo o que tinha direito. Eram longas noites sem dormir, estava com Tireoidite Pós Parto, desenvolvi crises de ansiedade e ainda não me reconhecia como mãe, muito menos como esposa e mulher (no sentindo de ser alguém útil na sociedade).

Preciso começar este relato escrevendo que a maternidade veio para me mostrar que não tenho controle de nada. Minha gravidez foi uma surpresa, escrevi um relato aqui. Um susto num momento da vida que eu questionava se realmente queria ser mãe. Você deve estar confusa e se perguntando: "oi? Como assim, se o blog fala sobre 'projetar um bebê'?" Leia lá meu relato que você vai entender.

Desde que comecei nesse mundo da fertilidade me interesso pelo assunto de Parto Humanizado. Conheci, no Facebook, dois grupos que mudaram totalmente minha trajetória de vida, o "Tentantes Empoderadas" e o "Cesárea? Não, obrigada!". Embora não fosse de fato uma tentantes, foi no "Tentantes Empoderadas" que descobri o básico sobre fertilidade feminina. Já o "Cesárea? Não, obrigada!" é um grupo cheio de informações baseadas em evidências sobre gestação e parto humanizado. Foi um processo natural, desejar que, caso eu viesse a ter um filho algum dia, ele viesse através de um parto humanizado.

Assim que passou o choque inicial da gravidez, não medi esforços para pesquisar sobre parto humanizado na minha região. E foi através dos grupos no Facebook que descobri que em São Carlos, cidade há 50 minutos de onde eu moro, havia uma maternidade humanizada e um médico humanizado! Após contato com algumas meninas que recém haviam parido com esse médico, marquei uma consulta e fui! Estava receosa, confesso, pois esse médico atende pelo plano e a gente sabe que 99% dos médicos de convênio não são realmente humanizados. Fiquei muito tranquila após a primeira consulta com o Dr Rogério, pois ele realmente era atualizado. Marido também gostou muito do jeito dele, pois ele é um médico muito direto e sincero, sem enrolação. Ele faz questão de desmistificar tudoooo e explicar o porquê de cada coisa. No final da consulta, me entregou vários cartões de doulas e me disse para ficar a vontade para escolher qualquer doula que quisesse (não precisava escolher necessariamente uma doula dos cartões que ele deu). Aproveitei para conhecer a maternidade. Fui muito bem recebida e uma enfermeira obstetra tirou todas as minhas dúvidas. Essa maternidade atende convênio e SUS. No SUS são as enfermeiras obstetras que assistem aos partos. Saí de lá encantada. Era lá que eu queria parir! Como eu estava sem plano de saúde, paguei a consulta do Dr Rogério particular e fiz um plano com a maternidade. Lá eles tem diversos tipos de plano e eu escolhi o Plano A, um plano em que você escolhe o obstetra para assistir teu parto e o pediatra para recepcionar o bebê. O obstetra já estava certo, era o Dr. Rogério. Como pediatra, escolhi um que visitei no final da gravidez.

À noite, na casa da minha tia (ela mora em São Carlos), estudei os cartõezinhos das doulas. E um me chamou a atenção. Havia o recorte de um gatinho, era o cartão da doula Karina. Eu AMO gatos e para mim foi um sinal de que era ela que iria me acompanhar. Além do mais, ela atendia meu único requisito em relação à doula: que fosse também enfermeira obstetra! Como mãe de primeira viagem, eu não me sentia segura, e preferi contratar alguém que tivesse conhecimento técnico e pudesse intervir caso algo acontecesse, afinal iria esperar em casa a maior parte do trabalho de parto. Muita gente afirma que o papel de doula não se mistura com o de enfermeira obstetra. E eu respondo que de fato não se misturam, se complementam! Assim que conheci a Karina já gostei muito do jeito dela. Ela trabalhou muitos anos no SUS assistindo parto normal. Eu me sentia segura.

Vale fazer um parênteses aqui para dizer que meu marido estava fazendo doutorado em São Carlos. Quando eu estava com 7 meses de gravidez, resolvemos nos mudar para lá. Agora não tinha mais a pressão de ter que viajar 50 minutos em trabalho de parto e eu relaxei e curti o restinho da minha gravidez.

No final da gravidez eu me sentia tranquila e pouco ansiosa. Aguardava. Preparava o ninho para o meu pequeno. No cartão pré-natal do meu médico estava escrito que Arthur nasceria entre 23/11/2017  (38 semanas) e 21/12/2017 (42 semanas). Eu tinha o pressentimento de que ele iria nascer dia 10/12, minha 9ª lua, a lua minguante.

Chegou o dia 07/12, minha DPP, 40 semanas! Eu não sentia nada! Quicava diariamente na bola suiça, fazia caminhadas e comia tâmaras loucamente achando que isso iria ajudar a parir logo. Rsrs Quanta inocência! Mas nada aconteceu, nem quando chegou o dia 10 e a minha 9ª lua, a lua minguante, a famosa lua que faz e entrega os bebês meninos. Me despedi desse dia sem qualquer sinal de que Arthur estava preparado para estreiar nesse mundão. E os dias passando, chegando a semana 41... nada! Nenhum sinal, nenhuma perda de tampão, nenhuma cólica diferente. Começava a pressão - de minha parte, pois minha família sempre foi muito tranquila e me respeitou! Eu tentava me apegar às mudanças da lua, mas nada, a lua me traiu e não colaborou rs.

Quarta-feira, dia 13/12/2017 - 40+6 semanas

Já com 40+6 semanas tive minha última consulta com o Dr Rogério. Meu obstetra anotou no cartão a data da próxima consulta, uma semana depois, dia 20/12, onde eu estaria com 41+6. E avisou: se não nascer nos próximos dias, faremos uma indução dia 21/12 (quinta-feira), quando eu estivesse com 42 semanas. Saí da consulta e fui comprar o berço. Com quase 41 semanas não tinha comprado o berço ainda kkkk. (Se soubesse que não iria usar o berço por longos meses, teria economizado dinheiro e tempo).

Quinta-feira, dia 14/12/2017 - 41 semanas

Inicialmente, dia 14/12 seria minha DPP (40 semanas) se fosse seguir as contas pela DUM (data da última menstruação), porém pelo Ultrassom eu já estava de 41 semanas.

Sexta-feira, dia 15/12/2017 - 41+1

Nesse dia foi feita a montagem do berço e finalizei a organização das malas.

Domingo, dia 17/12/2017 - 41+3

Dia do nosso aniversário de casamento! Completamos 6 anos de casados!

Segunda-feira, dia 18/12/2017 - 41+4

Lua Nova! Decidi que essa lua não iria me trair rs, não aguentava mais a ansiedade e estava decidida a fazer alguma coisa, pois não queria a indução e confiava no meu corpo.

Dr Rogério havia recomendado fazer acupuntura para induzir naturalmente o parto, então nesse dia, às 9h da manhã, liguei no consultório e por sorte tinha horário para às 15h. Marquei uma sessão de acupuntura, com um médico homeopata maravilhoso, Dr Júlio César Nagliati! Já durante a sessão, tive minha primeira contração, leve, mas presente! Um sinal! Saí radiante. Estava inchadíssima, mas fomos direto comprar os ingredientes para fazer o famoso Chá da Naoli, de autoria de uma famosa parteira mexicana. É um chá conhecido por estimular as contrações uterinas e induzir naturalmente o trabalho de parto.

No final do dia tomei o famoso chá da Naoli. Acredito que a acupuntura + chá foram fundamentais para o início do trabalho de parto. Fui dormir com quase nenhum sinal, apenas uma cólica bem leve que aparecia de vez em quando.

Terça-feira, dia 19/12/2017

Fui acordada pelas contrações que começaram às 4h da manhã! Uhuull, hoje iria conhecer meu bebê (inocência rs). Às 6h acordei o marido que não cabia em si de felicidade.

Às 10h da manhã perdi meu tampão, com fios de sangue! Estava perto! Mandei uma msg para a minha doula, perguntando "Será hoje? 😍".

Nesse momento eu comecei a me preocupar com as dores, estava já tendo contrações muito doloridas. Eu imaginava que seria algo mais gradual. Hoje olhando para trás, me arrepio. Pois Arthur viria a nascer quase 30h depois disso!! Se eu soubesse disso naquele momento, teria me desesperado.

Às 11h as contrações estavam vindo de 4 em 4 minutos e estavam durando 40 segundos. E eu ainda acreditava que iria conseguir ir à tarde para a segunda sessão de acupuntura! Só não sabia como iria conseguir ficar quieta com todas aquelas agulhas espetadas. Mandei o relatório de contrações para a minha doula e ela falou: opaaaa, tô indo praí. E eu escrevi para ela: Ainda tô me sentindo bem, tenho a impressão de que vai se arrastar por horas. Ainda tô tranquila, te aviso qdo começar a ficar "estranha". Apesar das dores, marido e eu estávamos super curtindo o momento e ainda consegui almoçar, com dificuldade, mas consegui.

Às 12h minha bolsa estourou e eu fui para o chuveiro, acredito que minha bolsa tenha tido uma ruptura parcial, pois tive uma pequena perda de líquido. Não foi aquela coisa de filme, com barulho e um monte de água rs.

Logo mais, a Karina, minha doula, chegou. Ainda tava conseguindo conversar e comer alguma coisa, mas as contrações já estavam muito fortes.

Passamos a tarde toda quicando na bola suiça, usando o rebozo (um tecido usado de diversas maneiras para ajudar no TP), recebendo massagem e muito carinho da doula e do marido.
À noite eu pedi para que a Karina, que também é enfermeira obstetra, fizesse um toque. Eu estava com 7 cm de dilatação, mas nesse momento o cansaço começou a me vencer e não progredia mais.

No auge do cansaço, de madrugada, tentei dormi entre as contrações e elas começaram a espaçar e a  vir de 10 em 10 min (estavam a cada 2 ou 3 minutos antes). Chegou até a cada meia hora, e eu cochilava nesse meio tempo.

Dormi umas 2h, e daí voltei pra bola suíça.

Quarta-feira, dia 20/12/2017

Às 5h da manhã cheguei a 9 cm de dilatação. Fomos pra maternidade às 6h da manhã. Foi lindo ver o dia raiar e lembro que me atentei para a data e achei que era um lindo dia para se nascer. ❤ Ainda bem que fui esse horário, pois logo a maternidade lotou e não tinha mais quarto disponível. Muitos bebês nasceram nesse dia, a maioria de cesárea eletiva: as famosas cesáreas de natal (quando o obstetra faz a cesárea na semana antes do Natal para poder ir viajar e não ter preocupações no feriado).

Dei entrada na maternidade e o obstetra de plantão me avaliou. Eu já estava com 9cm de dilatação! Estava super contente, super feliz, finalmente!! Mal sabia eu que ainda teria quase 10h de trabalho de parto.

Infelizmente, por algum motivo, talvez físico, talvez psicológico, estacionei nos 9 cm de dilatação, e fiquei assim das 6h da manhã até às 13h. Eu não sentia vontade de empurrar, mas as contrações estavam extremamente doloridas. Até que comecei a ficar esgotada, não progredia mais. Não queria ir para a cesárea de jeito nenhum. Porém começava a pensar que, se precisasse da cesárea, eu tinha sido uma guerreira em aguentar até ali. Eu não queria massagem, não queria contato com ninguém. Fui para o chuveiro do quarto, porém lá minhas contrações espaçavam. Saí do chuveiro e fiquei escorada no batente da porta do banheiro, posição que passei boa parte do meu trabalho de parto, inclusive em casa. Nessa posição, eu fazia força e apoiava o meio entre as omoplatas no batente da porta. Eu fazia muita força contra o batente a ponto de doer essa região e dessa forma eu me esquecia um pouco da dor das contrações. Infelizmente essa posição me rendeu dores por muitos dias após o parto e precisei de analgésico e antiinflamatório devido a tanta dor, mas no momento era tudo o que eu conseguia fazer. Na minha mente eu repetia sem parar esse verso bíblico:
"Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos [...]." Gênesis 3:16
A dor era tanta que pensava: estou pagando meus pecados!
Uma breve pausa para falar sobre sofrimento e a dor do parto. Antes de mais nada, quero relatar o que, pra mim, significa "sofrimento": O sofrimento é o padecimento, a pena ou a dor que uma pessoa sente. Trata-se de uma sensação, consciente ou incosciente que se reflete no padecimento, no esgotamento ou na infelicidade. 
Ao relatar a dor e o sofrimento que a dor me causou no trabalho de parto, uma amiga, que está grávida e nunca pariu, respondeu dizendo que sofrimento para ela foi ter uma perda gestacional, sozinha em casa. Então ela iria romantizar sim a dor do parto, porque para ela a dor do parto jamais iria trazer sofrimento, mesmo que doesse mais fisicamente. Na hora eu não soube muito o que responder, porque meu coração doeu por ela! Eu jamais gostaria de relativizar o sofrimento dela! Em nenhum momento meu objetivo foi usar uma régua pessoal para medir o sofrimento alheio. Eu estava falando da minha experiência. Fiquei tão chateada pela conversa ter ido por esse caminho, que só consegui dizer que ficava feliz pelo fato de "sofrimento" ter outro significado e que sem dúvida a dor do parto seria diferente para ela. Mas percebi que ela ficou chateada. Acredito que minhas palavras não conseguiram transmitir o que eu sentia e várias coisas se passaram pela minha cabeça. 1. As pessoas tem concepções diferentes sobre a semântica (interpretação) das palavras. 2. As pessoas tem experiências individuais que moldam a percepção das palavras. 3. As pessoas romantizam o parto, a dor do parto, a maternidade e não há nada de errado com isso. Certa vez alguém disse: "a maternidade é minha e eu romantizo o quanto quiser". Risos. E é verdade. Mas a grande maioria das mulheres se vê perdida em tanta romantização (eu sou uma!) porque não teve uma experiência positiva ou porque é seu jeito analista de ser (eu aqui! rs). 
Mas meu parto foi sim sofrido. A dor trouxe sim sofrimento. Ver o olhar desesperado e cansado do meu marido me trouxe um enorme sofrimento. Foi um sofrimento, depois de 36h, esgotada, sem forças físicas e mentais, diante da possibilidade da cesárea, ver meu castelinho de areia se desmoronar e minha mente ecoar "você fracassou". Isso impactou demais o meu emocional, de uma maneira que hoje, eu me esqueci sim da sensação física da dor do parto, mas não me esqueci do impacto emocional dessa dor que se arrastou por 36h. Talvez se meu parto tivesse durado 5h, se eu tivesse acesso à anestesia, banheira, etc, a experiência teria sido totalmente diferente! É claro que no final das contas o saldo é sempre positivo, estejamos falando da dor do parto ou das dificuldades da maternidade. Mas enquanto você não chega no "final das contas", há um padecimento transitório que deve sim ser falado. 
Pra vocês terem uma ideia de como "sofrer" tem significados diferentes, dependendo da pessoa, apesar do meu sofrimento, não abro mão de passar por tudo isso de novo! Acho que a minha síntese de "sofrimento" é esta: "O Amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." I Coríntios 13:7. Isso me faz ver o sofrimento como parte do [meu] processo. Dor e amor.
Devido a ausência de progressão no trabalho de parto, meu médico sugeriu colocar ocitocina pra ver se dava uma acelerada no trabalho de parto (eu já estava esgotada!). Minha doula disse que a ocitocina poderia não funcionar, então nesse caso, teríamos que considerar a cesárea. Eu já tinha passado pelo processo interno de aceitação da cesárea; o "você fracassou" da minha mente ecoava cada vez mais baixinho.. Eu já estava conformada, se precisasse da cesárea, iria de cabeça erguida. Nesse momento não tinha mais medo da cesárea! Pensava nela como uma aliada. Karina a doula foi um super apoio, mostrando o quanto eu já havia sido guerreira e que a cirurgia de forma alguma iria apagar o brilho do meu parto. Mas... tcharam, tcharam... uma reviravolta! A ocitocina fez efeito!! Acredito eu que o efeito tenha sido muito mais psicológico do que real, pois não senti nenhum aumento nas contrações. Apenas coloquei na minha mente que era minha última oportunidade de parir meu filho, e assim me concentrei com todas as minhas forças. (Dias depois, enquanto digeria meu parto, conversando com a Karina, chegamos à conclusão que meu parto abriu uma porta dentro de mim. Aquela menina auto-suficiente, anti-social, controladora, perfeccionista que nunca queria ajuda de ninguém, precisou de uma forcinha, da ajuda da ocitocina para parir. E essa necessidade de ajuda, de companhia se repetiu inúmeras vezes durante o puerpério e toda a minha maternagem. O parto nos molda! Interessante, né?).

Uma enfermeira sugeriu sentar na banqueta e eu acatei a sugestão. Sentei, marido sentou numa cadeira atrás e quando a contração passava, eu me escorava nele. Quando a contração vinha, eu apertava as mãos dele. Quando sentei na banqueta já estava em pleno expulsivo. Controladamente fazia força, pois em nenhum momento senti meu corpo pedir para empurrar. Porém estava tão exausta que já não conseguia detectar as contrações. Nesso momento meu médico chega, se assoma na porta, de roupa social e fala: dá tempo de subir me arrumar? As enfermeiras respondem: dá sim. Nesse momento faço outra força e dou um urro gutural e meu médico diz: não dá tempo não, me alcança uma luva. Eu vibrei com essa fala dele, finalmente estava próximo de acabar, 36h depois! Vale dizer que em nenhum momento entrei na partolândia, lembro de tudo, todos os detalhes! Diz minha doula que isso é características de mulheres controladoras, será? rs

Como Arthur ficou muitas horas numa determinada posição, meu médico começou a me orientar quanto aos puxos, como aproveitar melhor a contração, como melhor me posicionar na banqueta, etc. Fiz algumas forças conforme ele me instruia, mas não pareciam efetivas. Então meu médico disse: não tenha medo de fazer xixi e cocô, nem de lacerar, esse bebê precisa sair agora daí, essa posição dele não tá boa. Tem que aproveitar a próxima contração e fazer a maior força da tua vida. Até que dentro de mim, reuni todas as forças que me restavam, e suplicando ajuda dos céus, empurrei. Às 14:50h saiu a cabeça e às 14:53h o corpinho. A sensação é indiscritível e inesquecível. TODA dor some no mesmo instante que o bebê sai. Segurei aquele serzinho por alguns poucos segundos em meus braços, mas nunca vou me esquecer da sensação, seu corpinho quente e molhado, seu cheirinho, seu resmunguinho. Arthur não queria chorar, apenas resmungar, o meu gatinho. Pra que chorar, não é mesmo? Ele teve um parto respeitoso, nasceu tranquilo, foi direto pro colinho da mamãe...
"A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo gozo de haver um homem nascido ao mundo." João 16:21 
Devido ao expulsivo longo, não esperaram pra cortar o cordão, algo que eu fazia imensa questão e deixei muito claro no meu Plano de Parto. Fiquei bem chateada, tentei argumentar com meu médico (tem até foto onde mostra eu brava com ele hahaha), mas não houve acordo. O pediatra solicitava Arthur para poder avaliar. Ele teve 10/10 de Apgar, nasceu ótimo! Questionei o médico e o pediatra e não acho que Arthur precisava da atenção imediata deles, ele podia ter ficado mais tempo no meu colo e poderiam ter esperado para cortar o cordão. Falaram que foi pelo expulsivo prolongado e pela ocitocina. Minha doula disse também que foi porque tive princípio de hemorragia, mas meu médico negou. Cada um dizia uma coisa e até hoje não sei por que esse ponto não foi respeitado do meu plano de parto. Mas ele nasceu ótimo, perfeito! Um sonho de bebê, grandão!

Enquanto o pediatra fazia os primeiros atendimentos, Arthur berrava em plenos pulmões e eu deitei na maca para ser avialiada. Como havia passado quase 36h em trabalho de parto, meu médico pediu para colocar mais ocitocina na minha veia e a placenta saiu super rápido, mal senti. Achei que tinha me rasgado toda, que tinha tido uma imensa laceração, de tanta força que fiz no final. E sabia também, que por conta dos puxos dirigidos, era uma probabilidade alta. 
Para minha surpresa tive uma laceração mínima mas não levei nenhum ponto. Pra falar a verdade, acho que meu médico se enganou, pois procurei pela tal laceração nos dias seguintes, inclusive olhando com um espelho e não achei nada! Se houve alguma laceração, cicatrizou quase que instantaneamente.

Meu lindo Arthur nasceu com 3,410 kg e 51 cm, às 14:50h do dia 20 de dezembro de 2017. Um bebezão, de 41+6 pela US e 40+6 pela DUM.

A minha querida doula Karina e as enfermeiras obstetras foram excelentes, eu pude escolher a posição, ficar na bola, no chuveiro, recusar toque (aliás, meu médico não fez nenhum), mas eu pedi alguns poucos toques para as enfermeiras.

Meu pequeno não saiu nenhum segundo do meu lado. Tivemos desde o primeiro momento alojamento conjunto, não foi pra berçário, mamou logo que nasceu. Não colocaram roupinha no Arthur, apenas enrolaram em uma manta que eu havia levado e entregaram para meu marido, enquanto eu me recuperava, semi sentada em uma maca. Assim que terminaram os primeiros procedimentos, saiu todo mundo da sala e a Karina sentou ao lado da cama para admirar Arthur e me fazer companhia nessa primeira hora pós parto. Ela me perguntou então o que havia travado a progressão do meu trabalho de parto e eu finalmente consegui falar: eu ainda não havia processado que iria ter um filho, que agora seria mãe e minha vida seria transformada para sempre. Ela se emocionou e eu também. Com lágrimas nos olhos, ela me disse que filhos são a maior benção das nossas vidas. ❤ Ela estava já há muitas horas acordada, então se certificou de que o marido não iria sair do meu lado e foi para a casa descansar.

Então chegou o nosso momento tão esperado, ficou só o marido e eu cheirando a nossa cria; agora éramos uma família. Finalmente mandamos uma foto para nossos familiares e contamos a novidade, afinal estavam muitas horas sem qualquer contato conosco. Foi intenso! rs.

Eu que dei o primeiro banho, coloquei a primeira roupinha, as enfermeiras e os médicos não interferem em nada. Aliás, os médicos aparecem só no expulsivo. Em nenhum momento fui chamada de "mãe" ou "mãezinha", sempre pelo nome, com muito respeito e carinho. Me ajudaram com o banho, sempre dando muita orientação, mas nunca interferindo em nada. Banho no bebê só depois de 24h, a não ser que eu quisesse dar antes.

Me senti uma guerreira, a equipe ficou super feliz pela minha vitória, dava pra ver a alegria e o alívio depois de tantas horas de trabalho de parto.

Quase matei minha família do coração, sem dar notícias. Ficaram extremamente felizes, pois sabiam que o parto para mim era a realização de um sonho.
Foi muito muito difícil, muito mais do que eu imaginava, as contrações de 2 em 2 minutos deixam a gente quase doida.

Meu marido foi super companheiro, aguentou firme comigo todas essas horas, sendo apoio e já se mostrando o pai presente que seria. Minha total admiração e gratidão pela força que ele me transmitiu.

Depois de passar tanta dor, deixei o ativismo natureba (kkk até parece) e de querer ser mártir e pedi todos os remédios pra dor possíveis. Tomei antiinflamatório para as dores no corpo porque durante as contrações eu transferia a dor para as omoplatas me apoiando no batente da porta. Meus braços e costas ficaram super doloridos, mesmo com remédio. Fiquei um bom tempo sem sentir os dedos da mão esquerda (eu forçava os dedos contra uma superfície dura pra minimizar a dor). Também fiquei com muita dor no pescoço e dor de garganta devido às muitas horas de vocalização. Com os remédios as dores amenizavam.

Aqui em São Carlos considera-se que não tem analgesia pra parto porque a equipe de anestesistas são muito contra o parto humanizado.

Não há experiência que se compare à de dar à luz a um filho. Você se sente poderosa e invencível, dotada de uma capacidade sobrehumana de vencer tudo pelo teu filho. Permita-se viver essa experiência incrível.

Cidade/UF: São Carlos/SP
Maternidade: Maternidade Dona Francisca Cintra Silva
Obstetra: Dr. Rogerio Gonçalves Lima
Doula: Karina Iannoni De Groote
Plano: Maternidade Plano A (plano particular da maternidade)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Relato de positivo - Michelle

Oiii pessoal!

É tão gostoso postar o relato de positivo de mães que convivo diariamente no G4!
Olhem esse relato que impressionante... Um determinado GO receitou Cicloprimogyna para forçar o ciclo a regular. O que acontece quando não se pensa no paciente de forma integrativa? Você pode até obrigar o corpo a ter um ciclo regular, mas não vai conseguir obrigá-lo a funcionar 100%! Pois bem, durante o uso do medicamente, a Michelle não ovulava. Ainda bem que um especialista pediu para que ela jogasse esse medicamento fora. Quem quiser saber melhor sobre o protocolo antioxidante de endometriose, leia aqui.


Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. Hebreus 10:23
Pois a palavra do Senhor é verdadeira; Ele é fiel em tudo o que faz. Salmos 33:4

Tenho 36 anos, fui casada durante 10 anos e nesse tempo nunca engravidamos... por não ter um parceiro que sonhava junto comigo e nem corria atrás para conquistar... tomei coragem e contra toda a família e sociedade, me separei. Passado um tempo....Deus me deu a oportunidade de amar novamente e encontrei o verdadeiro amor da minha vida! Mudei de cidade e casamos em dezembro/2017 e desde então iniciamos as tentativas e foi quando eu descobri o método sintotermal. Tinha ciclos longos, de 35 a 42 dias e meu novo GO prescreveu a Cicloprimogyna, alegando que não era anticoncepcional e que meu ciclo ficaria mais regulado... e de fato ficou! Foi para 28 dias cravados!! Uhul fiquei muito feliz! Tentamos mais alguns meses sem sucesso, no 4 ciclo de tentativas fiz 24 TOs TODOS negativos e descobri que não estava ovulando! Aquilo foi um baque para mim, como assim não estava ovulando? Marquei consulta e o GO e ele não quis me passar ultra seriada, apenas Clomid e após muita insistência me prescreveu um ultrassom simples. Não tomei o indutor e deixei para fazer a ultra na fase lutea, e para a minha infelicidade no 5 ciclo não tinha corpo luteo. Mudei de GO, dessa vez especialista em fertilidade. De cara ela pediu para eu jogar fora a Cicloprimogyna pois ela inibia a ovulação. Meu mundo caiu em saber que joguei 5 meses de tentativas no lixo... ela me tranquilizou e receitou as vitaminas, e pediu para eu perder peso com a Low Carb para aumentar minhas chances... tentamos em junho... e nada! Mas dessa vez pelo ultrassom constatei que voltei a ovular! Viva!!! Em julho meu marido viajou e não conseguimos...enquanto isso  as meninas no grupo me orientaram a investigar trombofilia e endometriose... minha GO disse que não era necessário e então procurei o Dr Tomyo, especialista em endometriose. Pediu ressonância com preparo e exames para a trombofilia. Foi então que meu mundo caiu... descobri uma mutação C677T heterozigota e espessamento dos ligamentos largo e uterosacro e espaços paracervicais. O Dr indicou fazer a Videolaparoscopia o quanto antes, mesmo eu tento somente cólicas menstruais como sintoma... fiquei com medo e cancelei a cirurgia, achei aquilo tudo muito atribulado, corrido, sei lá. Voltei na GO e esfreguei na cara dela os exames. Ela disse que a minha mutação não é considerada trombofilia... porém eu não fiz todos os exames ainda, e preciso descobrir se ainda há mais alguma coisa. Ela me indicou a fazer um Ultrassom de pelve com preparo para confirmar a endometriose. E me pediu também um antimulleriano, já me preparando para uma possível Videolaparoscopia caso realmente esse fosse o  diagnóstico. E cá estou eu no meu 9 ciclo de tentativas, frustada com esses resultados... mas seguindo em frente... estudando mais li uma pesquisa falando do poder antioxidante para amenizar a endometriose, pois quem tem endometriose libera fluídos que oxidam o óvulo, não dando a chance de fazer a implantação. Então resolvi apostar em um protocolo super antioxidante nesse ciclo. Porém estava me sentindo cansada... pois estava o tempo inteiro tentando controlar a minha vida, e descobri que tem coisas que acontecem para a gente aprender a depender mais de Deus e menos dos outros... conversei com meu marido e passamos a orar juntos... no começo foi engraçado, pois ele nunca orava por vergonha, era sempre eu que “começava”, e fazíamos sempre deitadinhos de olhos fechados antes de dormir. Na última semana do ciclo tive um sonho estranho e contei para ele... sonhei que meus dentes iam caindo e nascendo outros muito mais largos e branquinhos... hahahah que sonho esquisito! Lá fui eu ver o significado e descobri que significa bebê a caminho! Comecei a chorar de felicidade, achei que Deus me deu um sinal. Como estava no 10DPO e precisava parar de usar a progesterona Bioidêntica para não atrasar o ciclo seguinte, resolvi fazer o TG. Fiz uma oração, pedindo a Deus para cumprir a vontade Dele na minha vida, pois os planos Dele são melhores que os meus, e que se ele achasse que era a hora certa, que desse positivo, e se fosse ao contrário, que me desse forças para lidar com mais um NÃO esmagando o meu coração... fiz o teste e só tinha uma listra... tive uma sensação de tristeza misturada com uma estranha paz de que na hora certa Ele iria honrar a minha fé. O louvei do mesmo jeito e quando ia jogar o teste fora vejo aquela sombra de segunda linha, aquela que só uma tentante de olhos bem treinados consegue enxergar, pois mal aparece em fotos! Rs Corri para fazer o beta e meu positivo estava lá.
Quando a incerteza tomar conta de você, lembra que Aquele que te prometeu é fiel e no tempo certo cumprirá todas as promessas que tem para com você!!!!! Sei na pele que não é fácil, mas também sei que vale a pena esperar em Deus, pois nunca vi alguém que esperou Nele se decepcionar!

Protocolo Poderoso Antioxidante:
(suspeita de endometriose e trombofilia C677T heterozigoto)

Ciclo todo:
Manipulado junto:
- Metifolato 1mg
- Vitamina B6 20mg
- Zinco Quelato 25mg
- Selênio Glicinato 100mcg
- Vitamina C 500mg
- Vitamina E 400UI
- Coenzima Q10 30mg
- Ferro Glicinato 15mg
- Cobre Glicinato 50mcg
- Iodo 150mcg
- Tirosina 50mg
- Niacinamida 50mg
- Vitamina B5 (ácido pantotênico) 50mg
- Cromo Glicinato 50mcg
- Inositol 30mg
- Vitamina B2 10mg
- Vitamina B12 50mcg
- Vitamina B1 3mg

Cápsulas separadas
- Magnésio Dimalato 500 mg
- Ômega 3 - Mega DHA Vitafor
- Resveratrol 30mg + Pinus Pinaster 100mg + Cúrcuma 300mg
- L Carnitina 500mg 1 cápsula por dia
- L Acetilcisteina 600mg 1 cápsula por dia
- Vitamina C 500mg
- Melatonina 3 mg (antes de dormir)
- Vitex 40mg extrato seco 1 cápsula por dia

Vitamina D solução oleosa 4.000UI (tomo 3 gotas por dia totalizando 12.000UI/dia)

Do 1 ao 7 dia do ciclo :
- Uxi Amarelo + Unha de Gato até ovulação. Fiz o uxi pela manhã e unha à tarde. Ambos chás.

Do 1 até a ovulação:
- Óleo de Prímula 500 mg 2x ao dia até ovulação

Do 7 ao 14 dia do ciclo:
- Chá da casca do inhame em jejum pela manhã. E comer o inhame ao longo do dia...

*Após a ovulação: *
- Progesterona Transdermica Bioidêntica (do 14DC ao 24DC) - Fiz TG no 25DC e positivou, então não parei!

Lubrificante natural
- Óleo de coco antes da relação
Alimentação
- Low carb

Sou imensamente grata por ter encontrado vocês... pois vocês foram fundamentais para que eu conseguisse meu positivo. Agradeço em especial as ADMs, principalmente a Rapha que me deu vários puxões de orelha e conselhos 💓
Gráfico de temperatura basal e teste de gravidez da Michelle

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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Relato de positivo - Fernanda R.

Oi povo do meu Brasil!
Estou em falta com os relatos, eu sei! Achei que iria dar conta de atualizar o blog, o insta, os grupos... infelizmente é impossível, preciso entender que não dá pra abraçar tudo, então vou fazendo conforme dá.

Esse relato é de setembro de 2018, acreditam nisso? Um espermograma com baixa quantidade, baixa qualidade e baixa vitalidade! Ameeeei esse marido empoderado e determinado que resolveu que iriam namorar 2 vezes por dia até conseguir! Hahahah.

Quero compartilhar esse relato cheio de motivação com vocês!


Jesus olhou para eles e respondeu: “Para o homem é impossível, mas para Deus não; todas as coisas são possíveis para Deus”.” (Marcos 10.27)

Meu empoderamento começou em 2015, quando resolvi que em 2016 eu iria tentar engravidar. Lá conheci o aplicativo Fertility Friend, mas só comecei a medir no primeiro ciclo de tentativa e neste primeiro ciclo descobri que minha fase lutea era de 11 dias. Nas pesquisas descobri que para melhorar a fase lutea poderia incluir algumas vitaminas, iniciei vitaminas para esse fim. Na época até uma amiga minha que é enfermeira pegava o meu pé por eu usar vitaminas sem indicação 😂😂😂. O positivo logo veio em novembro de 2016, mas o sonho durou apenas 24 semanas. Meu Francisco nasceu prematuro por conta de dois problemas que eu tenho e desconhecia: a trombofilia e a IIC (incompetência do istmo cervical). A partir daí iniciei uma busca precisava saber tudo e entender meus problemas. Entrei no grupo do whatsapp G2 em meados de agosto 2017 mas logo sai pois meu psicológico não estava legal ainda, mas logo voltei pq precisava dessas informações valiosas.
Em Fevereiro passei por um cirurgia de cerclagem pré gestacional (definitiva), pois não queria arriscar perder mais um bebê, pois a cerclagem convencional feita grávida tem muitos casos de insucesso.
Fui liberada pra tentar em abril de 2018 um ano após minha perda. Primeiro ciclo passou e nada. Segundo ciclo tbm. No quarto ciclo coloquei meu marido pra fazer espermograma e o resultado não foi dos melhores deu baixa motilidade e mais um ciclo, e não consegui. Resolvi que no sexto ciclo ia tentar coito programado, mas antes disso fomos fazer um espermograma decente pq o primeiro foi realizado em um laboratório comum. No quinto ciclo, O Ciclo do Positivo: tomei água inglesa do 1dc ao 7dc e tbm exilir de inhame de 7dc ao 16dc. O resultado do espermograma chegou junto com o PF e o resultado veio como uma bomba pq os resultado foi pior do que eu esperava. Baixa quantidade (apenas 3.000.000), baixa qualidade (morfologia 1%) e vitalidade tbm baixa. Meu marido não se abateu mas eu fiquei bem desanimada, passei dois dias chorando, pq os resultados indicava FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides). Eu não me conformava pq meu marido suplementava comigo desde outubro de 2017 quase um ano e um espermograma assim péssimo. Meu marido tava mais empoderado que eu neste ciclo hahahaha. Qndo viu o teste de ovulação positivo falou: "vamos namorar duas vezes por dia até a temperatura subir." Iniciamos a maratona hahahahaha. Eu tava muito desacreditada falei: amor namorar muito vai ser pior e ele falava: "eu vou te engravidar neste ciclo, escuta o que estou te falando". Aí entramos na fase lutea eterna....hahahahaha no 3 DPO uma luz já me acendeu (todo esse tempo serviu pra conhecer bem meu corpo), pq sempre tenho dor nos seios pós ovulação e na primeira gestação não senti dor nos seios após a ovulação. Pensei vamos esperar que ela vai aparecer.....e nada de aparecer! Por conta da trombofilia e por eu ter suspendido o aas por um período no 10dpo a tb tava bem alta....resolvi que iria testar e pra minha surpresa Deus mostrou que tudo é possível. Nós conseguimos e tenho certeza que com fé em Deus vamos vencer todos os desafios. Fizemos o beta no dia seguinte deu um valor baixo lógico 11dpo e repeti no 13dpo e tinha quadruplicado!😱😱

Meninas, por mais difícil que possa parecer nunca deixe de tentar!
E por favor nada de testar no 10 DPO!
Gráfico de temperatura basal da Fernanda.

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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Por que não amo meu bebê? A culpa é dos hormônios!

Oi gente do meu Brasil varonil. Tudo bem com vocês?

Confesso que demorei mais tempo pensando no título para esse post do que para escrever o post hahahaha. O título é pra chocar mesmo. E já adianto: quem não é mãe, não vai entender. E se duvidar, vai criticar, dizendo que a gente é exagerada, que "a avó teve 18 filhos, amou todos e deu conta de tudo". Aham, senta lá, Cláudia. Quando você tiver teu próprio rebento, a gente volta a conversar.

Hoje estava inspirada e escrevi um textinho aqui sobre "AMOR", nosso amor pelos nossos filhos. Espero que gostem!



O que significa "amor"?

O que diz o dicionário?
Sentimento de afeto que faz com que uma pessoa queira estar com outra, protegendo, cuidando e conservando sua companhia. Fonte: Dicio
O dicionário Aurélio explica que "amor é uma emoção ou sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem a outra pessoa [...]." Coordenado pelo sistema límbico, responsável pelas emoções, amor é biologia pura. 

"Para o psicólogo Erich Fromm, ao contrário da crença comum de que é algo "fácil de ocorrer" ou espontâneo, o amor deve ser aprendido; ao invés de um mero sentimento que acontece, é uma faculdade que deve ser estudada para que possa se desenvolver - pois é uma "arte", tal como a própria vida." Fonte: Wikipédia

Vamos então elencar os principais significados do amor:
- Afeto
- Proteção
- Cuidado/Zelo
- Dedicação
- Paixão

Em quase todos os lugares, o termo "paixão" vem por último. Na verdade, os principais autores não correlacionam uma coisa com a outra. Afirmam que a paixão e o amor são emoções diferentes, química-hormonalmente falando. Cada um no seu quadrado.

A endocrinologista Adriana Pessoa explica: quando há paixão, "ocorre uma intensa atividade cerebral regida pelos hormônios: dopamina, serotonina, estrógeno, oxitocina e testosterona." Este estado compartilha os mesmos circuitos cerebrais da obsessão, mania, intoxicação, sede e fome. As áreas do cérebro que se encontram ativas em uma pessoa apaixonada são as mesmas ativadas pelas drogas ilícitas. A amígdala (área do cérebro responsável pelo sistema de alerta/medo) e córtex cingulado anterior (região responsável pelo pensamento crítico) encontram-se “desligados” quando os circuitos da paixão estão operando a todo vapor. Fonte: AP

❗Para a maioria das pessoas, "amor" significa se entregar com paixão avassaladora a alguém, aquela coisa de arrepiar os pêlos do corpo, o coração palpitar e a emoção aflorar. Mas isso não é amor! Isso é paixão!

🤔Pergunto: será então que a auto cobrança para "amar" nossos filhos não está muito ligada a uma concepção errada do que é "amor"? Pense bem. Questione-se. Seja crítica com esse assunto, isso vai te fazer bem.

Muitas amigas se questionam quando vão sentir aquele amor arrebatador pelos filhos, tão relatado pelas mães plenas, belas e felizes. Eu mesma já me questionei isso! Me sentia infeliz, incompleta, menos mãe. Minha concepção de "amor" estava bem errada. Comecei a olhar para meu filho em meus braços e a me questionar: se isso que eu sinto não é "amor", é o que então? 

A mídia e o marketing fazem uma lavagem cerebral nas pessoas, fazendo-as questionar os próprios sentimentos. Te vendem uma ideia de maternidade e amor fictícios. Uma maternidade impossível e um amor fantasioso. Sabe por quê? Por que isso é rentável. "Olha aqui, mãezinha, compra esse brinquedo caríssimo pro teu filho, porque isso vai fazer vocês se amarem ainda mais", "ser mãe é maravilhoso, o amor é incondicional e as dificuldades são mínimas perante esse amor". Oi? Tem até gente por aí, em perfis pseudocientíficos, dizendo que exaustão é amor, que tudo bem uma mãe estressadíssima com total privação de sono. Como dizem, menos, gente, beeem menos. Romantizar a maternidade não é nem um pouco legal.

➡️Ah, e já adianto: cortisol (hormônio do stress) compete com a oxitocina (hormônio do amor)!! Quando um está alto, o outro está baixo. Sabe o que isso significa?! Significa que química-hormonalmente falando é impossível sentir essa PAIXÃO por nossos filhos se o nosso cortisol está altíssimo por simplesmente PRIVAÇÃO DE SONO (entre outros).
Da mesma forma, quando a oxitocina está alta, o cortisol abaixa. É por esse motivo que quando a oxitocina está em alta, tendemos a ser menos críticos com quem amamos.

Uma amiga foi questionada pelo marido, quando o bebê dela tinha 15 dias. "Quando você olha pra ele, você sente o quê?". E ela respondeu na lata: NADA.
Mas ali estava ela, doando seu tudo por aquele serzinho. O bebê dela foi muito desejado! Ela lutou contra a infertilidade, lutou contra a trombofilia a gestação inteira, lutou por um parto humanizado, lutou para amamentar em livre demanda. E mesmo assim, ali estava ela, uma verdadeira mãe, se doando em completa entrega e devoção ao filho.

Quantas de nós não passamos pela mesma situação? Aposto que a maioria! Como tudo na vida, acredito sim que há excessões e algumas amaram apaixonadamente seus bebês de forma imediata. Mas a maioria tá do outro lado. Vivendo a loucura do puerpério e tentando achar algum sentido em tudo aquilo que está sentindo. Muito mais do que AMOR, puerpério é DOR. Seja dor física, emocional ou espiritual. É dor. Seja perda de identidade, hormônios a mil, privação de sono, falta de empatia, amamentação difícil ou impossível, dor do parto normal, dor da cesárea. É uma confusão. 

Vamos voltar pro AMOR. Então, concluo que:
- Eu sempre AMEI meu filho, porque sempre dei o meu melhor para ele: afeto, proteção, cuidado, zelo, dedicação.
- Comecei a sentir PAIXÃO por ele depois que ambos começamos a dormir melhor e o meu nível de cortisol abaixou. Isso aconteceu quando ele completou 1 ano de idade.

Hoje, neste momento, eu amo e sou apaixonada pelo meu filho.
🤬Porém, quando estou estressada, com privação de sono, sem paciência e meu filho está se "comportando mal", meu cortisol aumenta e minha dopamina, serotonina, e oxitocina caem. Não deixo de amar meu filho, mas NAQUELE MOMENTO, não estou apaixonada por ele. Aliás, ele não precisa se "comportar mal" para que eu deixe de sentir paixão. Se estou demasiadamente preocupada, isso também pode acontecer.

Não há absolutamente nada de errado com você por não sentir aquela paixão. A maioria de nós não sente e tá tudo bem, não é algo vergonhoso que devemos esconder.

🌸Vamos todas entender como os hormônios trabalham no nosso corpo e ter paciência. Puerpério é muito difícil. A cascata hormonal deixa a gente piradinha. Mas vai passar.
🌎O universo irá conspirar para que nossos hormônios entrem em perfeita harmonia e a gente sinta a tão falada e esperada paixão pelos filhos. Porque amor a gente já tem de sobra. Só falta dormir rs.

Vou gostar muito da contribuição de vocês. Um beijo!

terça-feira, 20 de agosto de 2019

A tal da chupeta e o que ninguém tem coragem de falar: um relato de confusão de bicos

A tal da chupeta e o que ninguém tem coragem de falar

Esse texto foi escrito por mim, Anne, quando Arthur tinha 9 meses, chupava chupeta e de cara apresentou sinais avançados de confusão de bicos. O objetivo, na época, era postar nos grupos pró-amamentação para conseguir ajuda. Não tive coragem de escancarar minha intimidade e meus sentimentos. Hoje, me sinto mais confiante e com a missão de alertar outras mães. Arthur está com 1 ano e 8 meses (completa hoje), é amamentado e o vínculo se fortalece a cada dia.

Bicos artificiais como a chupeta podem causar confusão de bicos, impedindo a amamentação e causando desmame precoce. O choro do bebê e a recusa de ser amamentado ao seio podem ser sinais de confusão de bicos.
A recusa do bebê, o choro excessivo e a dificuldade de ser amamentado no seio podem ser indícios de confusão de bicos.

Antes de mergulharmos na minha experiência com a chupeta e a confusão de bicos que ela causou no meu filho Arthur, quero compartilhar algumas informações importantes sobre este assunto. Como mãe, acredito que é essencial estar informada e preparada para as complexidades da maternidade, especialmente quando se trata de algo tão delicado quanto a amamentação.

Confusão de Bicos: O que é?

A confusão de bicos ocorre quando um bebê tem dificuldade em alternar entre a amamentação no seio e o uso de bicos artificiais (como chupetas ou mamadeiras). Do ponto de vista fisiológico, isso acontece porque os músculos e movimentos utilizados para a sucção em cada um desses métodos são diferentes. No seio materno, o bebê realiza um movimento mais complexo, envolvendo a sucção profunda e a compressão da aréola, enquanto nos bicos artificiais, a sucção é mais superficial e menos complexa.

Dados sobre Amamentação

Um desafio significativo para a continuidade da amamentação exclusiva é o uso de bicos artificiais. No Brasil, metade das crianças de até dois anos usa mamadeiras, chuquinhas e chupetas​​. Essa prática pode interferir na amamentação exclusiva e causar a confusão de bicos. Além dos benefícios para os bebês, a amamentação também traz vantagens significativas para as mães, incluindo a redução do risco de desenvolvimento de câncer de útero e de mama​​​​.
  • Amamentação no Brasil: Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a taxa de amamentação exclusiva em crianças menores de 6 meses tem aumentado ao longo dos anos. No entanto, a introdução de bicos artificiais ainda é um desafio, pois muitas vezes é associada a uma menor duração da amamentação exclusiva. No Brasil, a taxa de amamentação exclusiva em bebês com até seis meses é de 45,8%​​​​. Isso indica que menos da metade dos bebês nessa faixa etária são alimentados exclusivamente com leite materno. 
  • Amamentação no mundo: A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda amamentação exclusiva até os 6 meses de idade e continuada até os 2 anos ou mais. No entanto, globalmente, apenas cerca de 40% dos bebês menores de seis meses são amamentados exclusivamente. Nos Estados Unidos, a taxa de amamentação exclusiva até os seis meses é relativamente baixa quando comparada com as recomendações globais. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), apenas 25% dos bebês são amamentados exclusivamente até os seis meses de idade. Fatores culturais, a curta duração da licença maternidade e a prevalência de mitos e equívocos sobre a amamentação podem contribuir para essas taxas mais baixas. Por outro lado, países como a Noruega apresentam taxas significativamente mais altas de amamentação exclusiva. Na Noruega, mais de 70% dos bebês são amamentados exclusivamente até os seis meses. Políticas de apoio à maternidade, como licenças maternidade e paternidade generosas e um forte sistema de apoio à saúde, desempenham um papel crucial nesses altos índices. Enquanto nos EUA a licença maternidade é frequentemente curta e sem remuneração, na Noruega, as famílias têm direito a licenças remuneradas extensas, além de um robusto suporte de saúde pública, o que facilita e incentiva a amamentação exclusiva por mais tempo.
  • Meta da Organização Mundial da Saúde: A meta estabelecida pela OMS é aumentar em 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida até 2025​​. Isso reflete o esforço global para incentivar a prática da amamentação exclusiva.

Impactos da introdução precoce de bicos artificiais

Estudos indicam que a introdução precoce de bicos artificiais pode levar a uma redução no tempo total de amamentação. A OMS e o UNICEF recomendam evitar o uso de bicos artificiais para promover a amamentação exclusiva. A introdução de bicos artificiais tem sido associada a uma maior incidência de desmame precoce.

Rejeição do seio e preferência pelo bico artificial

Estudos indicam que bebês expostos precocemente a bicos artificiais podem desenvolver preferência por esses devido à menor exigência de esforço para sucção. Diferentemente do seio, onde o bebê precisa de uma combinação de sucção, compressão e movimentos peristálticos da língua, os bicos artificiais liberam o leite com menos esforço. Esse contraste pode levar à preferência pelo bico artificial e rejeição do seio.

Alteração na técnica de sucção e problemas na pega

A mecânica da sucção é significativamente diferente entre o seio e os bicos artificiais. No seio, o bebê precisa abrir amplamente a boca, criar um vácuo e utilizar a língua de forma ativa para extrair o leite. Com bicos artificiais, a língua desempenha um papel menos ativo, e a sucção é frequentemente mais superficial. Essa diferença pode levar a uma pega inadequada quando o bebê retorna ao seio, resultando em dor e possíveis lesões para a mãe, além de uma extração ineficiente do leite.

Diminuição da produção de leite

A produção de leite materno funciona em um sistema de oferta e demanda. Quando a sucção é menos frequente ou ineficiente devido à confusão de bicos, pode ocorrer uma diminuição na produção de leite. Isso é especialmente crítico nos primeiros meses de vida do bebê, quando a amamentação é a principal fonte de nutrição. Estudos mostram que a redução na estimulação do seio pode levar a uma menor produção de leite, comprometendo o crescimento e desenvolvimento do bebê.

Impacto emocional na mãe e no bebê

A amamentação é mais do que uma forma de alimentação; é um momento de vínculo e conexão entre mãe e filho. A confusão de bicos pode trazer estresse e ansiedade para a mãe, que se preocupa com a alimentação e o bem-estar do bebê. Para o bebê, a rejeição do seio pode resultar em frustração e irritabilidade, afetando seu estado emocional e bem-estar.

Conclusão e reflexão pessoal

Como mãe que passou por essa experiência, sei o quão desafiador pode ser navegar por essas águas turbulentas da amamentação. Meu relato a seguir reflete não apenas as dificuldades enfrentadas, mas também o aprendizado e a resiliência desenvolvidos ao longo dessa jornada.

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Meu relato pessoal de confusão de bicos causada pela chupeta

 

Preciso de ajuda.

Preciso começar dizendo que "eu sabia". Eu sabia que poderia causar desmame precoce, eu sabia que uma hora ou outra ele poderia rejeitar o peito, eu sabia que "ela" poderia nos causar problemas. Só não achei que seria tão doloroso para mim. 

A chupeta.

Eu dei. Mesmo conhecendo os riscos. Eu dei, consciente (será? Hoje questiono). Eu dei num momento de total fragilidade física, emocional, espiritual (não quero me justificar, mas quero explicar). 

Tive tireoidite pós-parto com hipertireoidismo, então o cansaço normal do pós parto era multiplicado. Eu não tinha energia para nada. Emagrecia mesmo comendo o mundo. Estava exausta. Um bebê que não dormia por nada durante o dia e acordava 8-12x na noite (chegou a acordar 18x váááários dias). Longe da família, marido o dia todo fora, sozinha com um bebê e a casa para cuidar. Porém meu bebê sempre negou a chupeta. Com 5 meses, os dentes nascendo, no auge no desespero, privação total de sono, com os hormônios da tireóide fora do controle e com um ultimato do pediatra pró amamentação (será?), dei a chupeta. Na verdade dei sem pretensão, achei que ele iria apenas morder. Mas ele chupou! Foi um misto de alívio com desespero. Dei a chupeta porque achei que estava escolhendo um mal menor. Eu pensei: melhor a chupeta do que a mamadeira com fórmula (sugestão do pediatra que queria que eu tratasse imediatamente a tireóide e que desconhecia que os medicamentos eram SIM compatíveis com a amamentação).

Achei que por ter informação e conhecer os sintomas de confusão de bicos, eu saberia intervir e que seria muito simples retirar a chupeta caso a confusão de bicos acontecesse (#SQN).

Vale dizer aqui que a chupeta ajudou muito pouco, se é que ajudou em algo. Ao mesmo tempo que acalma ele para conseguir relaxar e dormir (única "vantagem" que percebi), durante o sono ele perde inúmeras vezes a chupeta e continua acordando porque a chupeta caiu da boca. O choro? Não diminuiu. É, o bebê tem a capacidade de chorar com a chupeta na boca. Isso quando ela não cai, literalmente, de minuto em minuto. "Ahhh, mas o bebê mesmo consegue colocar a chupeta na boca. Não, colega. Sabe com quantos meses ele vai adquirir essa habilidade?" Arthur com 9 meses ainda não consegue. Quem dirá no meio da noite, no escuro.

Há cerca de 3 semanas atrás, os dentes incisivos centrais superiores dele começaram a machucar meu seio direito (justamente o lado que mais produz). Uma colega me alertou sobre a pega, mas achei que não fosse isso, pois eu achava que a pega não havia mudado, apenas os dentes haviam nascido. Com muito lanolina + paciência, resgatei a almofada de amamentação, o contato barriga com barriga e arrumamos a pega. Rapidamente o peito cicatrizou e prosseguimos com a amamentação, achando que a chupeta não era a culpada. 

Do nada, há poucos dias atrás, ele passou a fazer ânsia de vômito com o peito. Isso dilacerou meu coração. Como estava calor + dentes nascendo + falta de apetite, tentei me convencer de que novamente a chupeta não era a culpada. Ele passou a fazer greve de amamentação, no auge de seus 9 meses. Como sempre mamou apenas leite materno, na hora do fome, ele contornava a ânsia e mamava. Mas apenas o suficiente para saciar a fome, penso eu. De madrugada continuava mamando normal. Apetite para comida também está bastante reduzido, mas aí penso que há uma associação direta com a dentição.

Quando grávida, não tinha grandes aspirações em relação à amamentação. Tinha como objetivo a amamentação exclusiva até os 6 meses, a partir daí, o que viesse seria lucro. Não achei que iria amar tanto amamentar, que seria um momento tão lindo e de total entrosamento com meu filho. 

Eventualmente ele também bebe água num copo que tem bico de silicone, mas como também bebe água em copo normal, esse bico de silicone vai já pro lixo.

Não encontrei nenhum relato de bebê maior com confusão de bicos em relação à chupeta. Tenho total apoio do marido. Ele é firme e não se incomoda com o choro do bebê. Já eu, sofro muito. Arthur já sabe pedir pelo bico e negá-lo me entristece muito. Porém sei que é necessário, serão alguns dias difíceis, mas talvez eu consiga.

Não notei (ainda) diminuição na produção de leite (provavelmente porque ele ainda mama várias vezes de madrugada). Passo o dia em função do bebê, não estou trabalhando no momento.

Enfim... consigo reverter a situação? Sei que estamos tendo sinais muito graves de confusão de bicos.

De todo o coração, peço empatia, principalmente às minhas amigas que estão lendo este post, e que me avisaram de que isso poderia acontecer. Vocês me acompanharam e sabem o que eu passei. 

Muito obrigada e um abraço.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Relato de positivo - Mara

Genteeeee

Tudo bom?? Já estamos no meio de agosto e nada de relato aindaaaa! Me perdoem. Mas tá corrido demais e não estou dando conta. Queria poder postar os relatos também no Instagram, mas não tá rolando. É mais difícil postar lá e acabo sempre deixando pra depois. Me sigam lá no Insta.

Olhem que bacana, a Mara e o marido estavam se preparando para iniciar a Inseminação Artificial, mas não foi preciso! O milagre chegou antes. Quase 2 anos de espera, confiantes de que a benção chegaria. Hoje a Mara tá no G4 com seu baby e temos uma convivência diária. ❤


Tenho 29 anos, completo 30 em julho. Tentante desde maio de 2016. Na minha primeira consulta de tentante descobri a SOP. Mas não investiguei e a médica não explicou o q era. Me passou AC. Não tomei. Fui em um especialista em reprodução ele disse tb q eu tinha SOP e que nao era pra tomar esse ac q a gineco passou, olhou uns exames q eu tinha e passou indutor + ultras+ choriomom 2 vezes, sem sucesso. Eu pedi pra ele passar o pedido de espermograma, no resultado (alta quantidade, baixa motilidade) ele disse q a gente nao ia conseguir engravidar e falou pra fazer IA (4 meses de tentante). Odiei ele por essa fala! Parei de ir nele e procurei outra médica. 
Nessa época entrei no grupo (final de 2016) e comecei a pesquisar tudo no blog. Fiquei encantada com tanta informação preciosa. Essa outra médica disse q eu tinha SOP (mesmo com ciclo regular) e resistência a insulina. Passou indutor mas não fazia ultra pelo plano. Tentamos 2 vezes com a ultra seriada. Sem sucesso. 
Eu fiquei desanimada e parei as tentativas por uns 7 meses e até saí do grupo. Entramos em crise no casamento, quase divorciamos, mas graças a Deus foi so uma crise! Tudo se resolveu e voltamos às tentativas (setembro 2017). 
Voltei pro grupo e comecei os gráficos de vez, parei de só observar (para as q entraram agora: APENAS PARECE SER DIFICIL FAZER O GRÁFICO, NO PRIMEIRO CICLO FAZENDO VC PEGA O JEITO e não consegue mais imaginar a vida de tentante sem esse gráfico kkk).
Essa médica pediu histerossalpingografia e nao achou nada no resultado, me passou 6 meses de indutor em casa sem ultra. Choquei. Mas Usei 2 meses (dez 2017 e jan 2018) e parei pelo empoderamento kkk.
O grupo me ajudou 100%! Nao me imagino sem ter entrado nesse grupo maravilhoso! Todas adms muito atenciosas, tiravam todas as minhas dúvidas, a Miriã é a q mais me aguenta ate hj kkk.
Manipulei pela primeira vez em dezembro 2017: usei formula sophia + cloreto magnésio (pó) + oleo copaiba+ agua inglesa (2 ciclos) + amora + maka peruana + colageno Hidrolisado. Usei de la pra ca certinho e sempre fazendo os gráficos. Em fev 2018 decidimos procurar outro especialista, a Miriã me indicou um médico maravilhoso. Na consulta com ele eu descobri q fui diagnosticada esse tempo todo com SOP e na vdd nao tinha SOP. E na exame da histeros... apareceu uma trompa elevada e nao aparecia a outra trompa (n se sabe se foi a posição do exame ou se realmente so tenho essa trompa elevada). Ele foi um amor de médico, segurou na minha mão e disse olhando nos olhos pra eu nao preocupar pq ele tinha certeza q eu iria ser mamãe. Ele pediu um espermograma e passou umas vitaminas (tinha acabado de comprar a Fórmula Thor pro marido). Voltamos nele qndo iniciei um novo ciclo pra ele acompanhar a evolução da ovulação vimos somente 1 vez no ultra (5DC) e ele pediu pra fazermos IA pra nao perdermos mais tempo pq ja tinha 2 anos q estávamos tentando em casa e assim o resultado seria mais rápido. 
Fomos pra casa dispostos e decididos a fazer a IA no próximo ciclo. Procuramos tudo sobre IA, todos os valores de quanto iriamos gastar e começamos a nos preparar financeiramente. Aguardei a menstruação vir pra dar início, fizemos todos os exames de sangue q precisava, no PF desse ciclo (abril) namorei e fiquei de pernas pra cima (n tinha dado tempo de fazer efeito das vitaminas pro marido) e ja comecei nessa fase a me sentir mãe, comecei sentir uma sensação beeeem diferente, uma emoção sem igual, um frio na barriga, coisa diferente mesmo. 
Chegou o dia da menstruaçào vir e nada, o gráfico deixou todas do G2 ansiosas kkkkk e eu não queria perder o empoderamento. Tentei esperar 3 dias de atraso pra fazer TG de farmácia. 1 dia antes do teste eu senti um calafrio de emoção q durou o dia inteiro, meu marido falou assim: vc ta grávida, tá emocionada pq nosso filho ta ai ja. Eu so sorria. 1o dia de atraso fiz TG de farmácia a noite kkk deu negativo, lógico. 3o dia de atraso fiz pela manhã 7h e deu uma linha tão discreta q eu forçava a visão pra poder vê-la, mostrei na mesma hora pra Miriã antes do marido kkk ela disse q achava tb ter visto a segunda linha. Quase morri, chorei sozinha no banheiro. Fiz o beta 27/04 de manhã e as 11h saiu o resultado: 77, positivão. Fiz uma surpresa pro marido q nem esperava o resultado no mesmo dia rsrs. Ele chorou e comemoramos muito nosso milagre! 
Estamos anestesiados ainda de tanta emoção, muita gratidão a Deus (realizou meu sonho sem precisar da IA) e muita gratidão por existir esse grupo abençoado que ajuda tantas mulheres a realizarem seus sonhos e principalmente o empoderamento q sem esse fica muito mais difícil a caminhada. Estou pedindo a Deus pra todas vcs alcançarem, o mais rápido possível, o positivo de vcs, pra nos encontrarmos todas no G3 (grupo de gestantes)! Nunca desistam, pode parecer impossível as vezes, mas Deus sabe de tudo, Ele criou o universo e faz tudo perfeito no tempo dEle. Tenham fé e continuem sempre!
Fiz minha primeira ultra hoje (08/05).  Estamos de 5 semanas. So consegui ver o saco gestacional e a vesícula.  Daqui 2 semanas veremos o embrião e os batimentos ❤. Muita emoção! 
Boa sorte a todas.
Não fiquem em apenas uma opinião médica, se empoderem, leiam todos os textos do blog da Anne, se não se sentirem seguras com um médico, troquem! Façam os gráficos, suplementem-se, sempre fique confiante, seu corpo ouve o que vc fala pra ele, ora e profetiza na barriga de vcs, fiz isso por quase 2 anos.
Desculpem pelo textão. Rsrs
Gráfico de temperatura basal da Mara

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segunda-feira, 22 de julho de 2019

Relato de positivo - Miriã

PÁRA TUDOOOOOOOOOOO!!!
SURPRESA PARA VOCÊS!

Ahhh gente, chegou o relato mais esperado desse blog! Só de escrever isso já me emociono! 😭 Tem dezenas de relatos esperando para serem publicados, mas esse eu tive que colocar na frente! Me perdoem as donas dos outros relatos, logo voltaremos com a programação normal. (Normal = quando o Arthur dorme e me deixa ligar o computador hahaha).

Acho que não tem ninguém que não conheça a Miriã, uma das nossas admins mais antigas! A torcida por ela era gigante, do G0 ao G5, não havia ninguém que não estivesse torcendo por ela. Quando publicamos em todos os grupos que ela estava grávida, foi uma enxurrada de mensagens maravilhosas! Aliás, só o anúncio desse positivo merece um capítulo à parte. Foi lindo demais, emocionante! Para quem não sabe, sempre que temos um positivo, fazemos uma brincadeira nos grupos. A brincadeira consiste nas admins irem dando dicas de quem é a nova mamãe do pedaço e as participantes vão marcando as colegas que se encaixam nas dicas. É super legal, mas a brincadeira do positivo da Miriã foi elevada a outro patamar, pois teve a participação de todas as admins, teve foto/vídeo dos bebês das admins mais antigas e muita, MUITA EMOÇÃO.

Confesso que já me imaginei escrevendo essa introdução muitas vezes, mas agora me faltam palavras. Ao mesmo tempo que quero falar tanta coisa, não sei se palavras serão o suficiente para expressar a minha alegria e gratidão.

Quem acompanhou a tragetória da Miriã consegue ver claramente o amadurecimento ao longo das experiências. Que mulher de garra! Permitia-se chorar no 1 DC, mas logo levantava a cabeça e fazia novos planos para o ciclo. Por muito tempo carregou consigo o diagnóstico (ou melhor, a falta dele) de ISCA (Infertilidade Sem Causa Aparente). Não há nada mais difícil para um soldado que lutar contra um inimigo que ele não conhece! Mas nós, principalmente o corpo de admins, nunca acreditamos em ISCA. Sabíamos que faltava investigação, faltavam pecinhas nesse quebra cabeça.
Você aí, essa mensagem é para você, que já investigou de tudo, nunca teve perdas (ou teve) e está resistente em fazer os exames de trombofilia... eu sei que é caro. Eu sei que você está pensando "mais um monte de exames que não vão dar em nada". Mas abra o teu coração para a possibilidade de fazer os exames de trombofilia. Saiba que muito provavelmente é a pecinha que está faltando no quebra cabeças. Trombofilia dificulta para engravidar SIM! A Miriã tentou engravidar por longos 6 anos, e no primeiro ciclo usando anticoagulante, ela engravidou
A Miriã fez 2 exames da sequência: MTHFR e PAI-1. Lembro como se fosse hoje, ela pegando o resultando de MTHFR, que saiu primeiro e o resultado: negativo. Bom, MTHFR ela não tinha, mas faltava sair o resultado do PAI-1. Ela achava que também daria negativo... mas quando saiu... 4G/4G HOMOZIGOTO!! Sim, sim, ela descobriu o que impedia a concretização de seus sonhos!! Isso significava que ela tinha trombofilia, possuia o polimorfismo genético (mutação) para o PAI-1!
"Uma nova alteração genética pode estar associada a abortos, falha de implantação (portanto podendo ser causa de infertilidade), insucessos nos tratamentos de fertilização e complicações gestacionais (como insuficiência placentária, que pode levar a restrição de crescimento e alterações na circulação fetal). Além disso, esta alteração está também associada com o risco aumentado de doenças cardiovasculares, levando a uma chance de 20% de infarto do miocárdio. É o polimorfismo 4G/5G do PAI-1." Fonte: IPGO
Ah, minha amiga. Faz um favor, pega um cafezinho, um chazinho, um biscoitinho (low carb, por favor rs) e venha ler esse relato. É para renovar as esperanças de toda tentante. Ah, e não se esqueça dos lencinhos. Você vai precisar!

Se possível leia o relato com a música ao fundo. ❤


Tanto tempo já vai caminhando, e ainda me pego recordandoLágrimas rolaram dos meus olhos, enxuguei mais de uma vezTenho algumas marcas que ficaram em meu sorriso nesses anosE também lembranças tão bonitas Que o tempo não desfezQuem diria que você viria sem dizer que vinha?Porque nunca é tarde, Para apaixonar-se... (Musica: Chegaste - Jennifer Lopez part. Roberto Carlos)

Como eu queria escrever este relato, confesso que tenho em meu computador vários esboços de relato, viajava de olhos abertos, escrevendo isso ou aquilo, mas agora que a realidade chegou não consigo colocar nenhuma vírgula.

Há seis anos eu estava começando a minha jornada em querer ser mãe, nunca imaginei ser tão difícil e trabalhoso, imaginava pelas histórias familiares que seria fácil, que pararia o anticoncepcional e logo estaria grávida, que doce ilusão.

Eu e o mozão (apelidinho carinhoso rs) sempre falamos que nada na nossa vida é fácil e não seria dessa vez, teríamos que lutar muito, chorar algumas vezes e claro sacudir a poeira depois de seguir firmes.
Casamos em 2012 e pelos nossos planos, em 2013 pararia o anticoncepcional e o "projeto bebê" iria entrar na pauta principal. E assim seguimos o script, fui a alguns médicos que me passaram exames básicos e simplesmente deram a dica: “está tudo perfeito, espermograma do marido dá pra povoar a cidade, agora é só namorar”, mas não era assim tão simples.

Com um ano sem me prevenir, resolvi procurar outro médico, esse começou as investigações, como amei esse médico, mas infelizmente inconclusivas as primeiras investigações, descobrimos apenas uma suposta “prolactina alta”. Fiz o tratamento por um mês e fizemos um ciclo com indutor com monitoração com ultrassonografia seriada, ovulei, mas sem positivo! Então já me encaminhou para um especialista em reprodução humana, segundo ele nós estaríamos na probabilidade dos 10% dos casais sem problemas de fertilidade, neste caso ele já estava nos classificando como ISCA - Infertilidade sem Causa Aparente (segura essa informação, quero lhe dizer algo sobre isso rs).

Na primeira consulta a especialista olhou todos os exames, pediu outros e novamente bateu na tecla da prolactina alta, achou que estava com intolerância à glicose e acima do peso, e isso que estaria prejudicando a fertilidade, com isso tomei a decisão de ir a uma endocrinologista, e ai cuidar dessa parte.

Em 2016, decidimos deixar rolar, sem marcação de data de dias férteis, ovulação e neste período acabei por ter duas perdas familiares que me marcaram muito, pois eram pessoas maravilhosas, um deles era meu alicerce, não sabia o que iria fazer, ou se ia tentar engravidar sem antes cuidar das minhas emoções.

Em Janeiro de 2017, resolvi voltar aos poucos para o mundo de tentantes, nesse tempo em busca de grupo, fui surpreendida e agraciada pelo grupo “Las Empoderadas”. Quando entrei no grupo recebi uma enxurrada de informações! Era um tal de sintotermal, de fitoterápico, vitamina “X” e Y”, muitas das vezes me perguntei: “O que é isso? Como entrei nesse grupo?“, nunca tinha encontrado um grupo tão cheio de informações, mulheres antenadas, e donas de seus destinos!
Primeira coisa que fiz, começar o sintotermal, lembro-me como hoje chamando a Anne no privado para perguntar se poderia começar quando quisesse, se o fitoterápico poderia usar, quais vitaminas poderia começar de imediato, etc.
Em meio a essas descobertas, descobri a falta de progesterona (minha fase lútea era de 10 dias), também conclui que aquela “investigação” toda estava incompleta, tinha muita coisa que eu precisaria mudar, as minhas vitaminas estavam baixas, precisava mudar meus hábitos alimentares, e tudo isso foi fluindo, pouco tempo fui convidada a fazer parte do time de Administradoras... (Que felicidade!)
Nesse meio tempo marquei uma endocrinologista, já ouvi outro leque de informações, refiz o exame de prolactina e macroprolactina, neste veio uma das surpresas, tenho macroprolactina (prolactina inativa)! Essa não afetaria minha fertilidade, a intolerância à glicose e o peso precisariam com urgência de cuidados, mas não era o diagnostico para infertilidade.

Sem um diagnóstico, continuei a procurar o que então poderia ser um dos motivos, e tive o conhecimento que 10% das mulheres temos endometriose, e é uma doença silenciosa! E eu no caso não tinha nenhum indicio de endometriose, não tinha sintoma, mas como sabemos, não precisamos ter sintomas para ter algo, e lá vamos nós para mais um médico, mais um exame!
O que mais cansava nesse caminho era a falta de interesse dos médicos, algumas vezes me olhavam pensando que era doida, mas não tem como, a vontade de ser mãe nos deixam loucas, mas nos deixam preparadas para enfrentar o que for
Nós, seres humanos, somos muitas das vezes levados ao fundo do poço justamente para que saibamos escalar e sair. Tenha sempre isso em sua mente: não é porque você foi colocada naquela situação que você está obrigada a ficar! 
Com o exame de endometriose negativo, estava mais uma vez no escuro, mais uma vez fui jogada no poço escuro, sem luz, sem escadas para sair, mas precisava sair!

E continuei ali investigando e em paralelo meus gráficos, minhas vitaminas, meus fitoterápicos, neste período utilizava e continuei por diversos ciclos o mesmo protocolo, pois neste tempo não tinha diagnostico e tinha coisas que não poderia usar, ou não achava interessante.

- Fórmula Sophia, Vitex (sempre foi meu queridinho), Omega 3 (Mega DHA da Vitafor), chá de amora miúra, cloreto de magnésio PA 33g, colágeno hidrolisado. Algumas vezes trocava o Vitex pela Duplinha.

Como sofria a cada entrada e fechamento de ciclo, pois a todo o momento não tinha um diagnóstico preciso, a todo o momento ecoava dentro de mim “ISCA! ISCA! ISCA!”! Neste momento me desesperei, e resolvemos que teríamos que correr atrás de outros médicos e começar a pensar já em Inseminação Artificial ou Fertilização in Vitro, não teria pra aonde correr, já tinha investigado tudo, parte hormonal, anatomia, endometriose, espermograma... Não tinha mais o que fazer, não tinha mais exames para fazer! Me encontrei com três médicos com todos os exames e a única coisa que falavam era: “Parte para algum tratamento de fertilidade enquanto você tem um idade boa, e como não tem nada que atrapalha, vai ser sucesso”, mas meu coração não queria aceitar isso, queria muito realizar meu sonho, mas algo ainda prendia.

Sabe aquela informação que pedi pra guardar? Vou te contar por quê! ISCA – Infertilidade Sem Causa Aparente, como já ouvi essa palavra!! Me dava raiva no início, após um tempo foi fazendo parte do meu dia-a-dia e do vocabulário, pois fomos condicionados que era esse o nosso diagnóstico – Me recordo de uma frase de uma amiga que falava que quando médico te classifica como ISCA é porque tinha preguiça de investigar – hoje em dia eu concordo, pois existem tantas etapas para concluir uma investigação, mas muitos param no meio do caminho, por achar que deram o melhor, por ser o protocolo médico.
Tenha em mente que ISCA não existe! Sempre tem algo a ser investigado, não deixe que essa palavrinha grude na sua mente e te condene! Tenha CURIOSIDADE e seja TEIMOSA, lute por respostas!
Em meio a tantas dúvidas e desejos, muitas das vezes não ouvia (ou não queria ouvir) os conselhos das amigas, muitas vezes insistiram em que fizesse os exames de trombofilia, e por diversas vezes recusei, por medo talvez, não sei, por sempre bater naquela tecla: “não teve aborto, não tem histórico familiar...”... Mas respirei fundo e fui fazer esses exames, muitas das vezes falando dentro de mim: “Pra quê? Vai dar negativo pra tudo”. Mas para a minha surpresa, estava ali meu diagnóstico.

Em Fevereiro/2019, decidi fazer a pesquisa de trombofilia, e apareceu o meu diagnostico: POLIMORFISMO PAI-1 4G/4G HOMOZIGOTO. Mas o que isso quer dizer? Isso quer dizer que descobri o meu monstro, descobri o que poderia ali estar atrapalhando a concretizar meu sonho.
Agora era ir atrás do médico que me acompanhasse e me desse o protocolo correto, é desesperador! Pois além de encontrar um fator que pode te prejudicar, a maioria dos médicos ainda não aceitam como sendo um dos empecilhos para fertilidade! Mas Deus não faz nada, absolutamente nada sem que seja para seu bem, e eu acredito que todo meu caminho foi desenhado e traçado da melhor maneira, pois nesse tempo foram colocadas pessoas maravilhosas que me deram a mão nesse caminho, aquelas que me levantaram e me guiaram.

Fui liberada para voltar às tentativas naturalmente em Junho/2019, neste mês meu marido pediu para que tirasse férias (e confesso que relutei um pouco rs), não achava que seria o melhor momento para férias. Estava animada, mas ao mesmo tempo apreensiva, queria manter o meu redor com sentimentos e vibrações boas.
Em 6 anos de tentativas, nunca na minha vida tinha cogitado fazer um beta. Por diversas vezes olhava para aqueles gráficos lindos que eu tinha e criava a maior expectativa! Corria pra fazer um teste de gravidez e sempre negativo! Muitas vezes ao entrar na farmácia pra comprar um teste, sentia meus sonhos descendo e já sabia: “a menstruação chegou”, e ao invés de um teste de gravidez, eu voltava com um pacote de absorvente.
Desta vez tomei uma decisão, queria uma certeza, queria uma mudança, mesmo que ela começasse pequenininha e foi o que me ocorreu.

No dia 29/06 (11DPO), fiz o meu primeiro beta da vida! E estava lá, 81 mIU/mL! Não acreditei!
Assim que saiu, já mandei para as minhas "mais que amigas" com a frase: “ESTAMOS GRÁVIDOS!”! E juro que até hoje parece que o tempo parou e estou lá naquele dia, no estacionamento, com meu marido sem reação alguma, mas mesmo assim apreensivos por esse valor, mas orando e pedindo a Deus que nos protegesse a todo momento.
No caminho pra casa, eu e o marido só ficávamos rindo e sem reação. Me recordo apenas da frase mais linda que já ouvi na minha vida vinda do meu marido: “Amor, agora somos três”. Minha voz ficou presa na garganta, não soube o que responder, a não ser “Obrigada Deus, por isso.”
Dia 01/07 (13DPO) outro beta e ele aumentou muito!! Deu 301,4 mIU/mL! E em 05/07 (17DPO) deu 2.670,00 mIU/mL. Não cansava de olhar aquele beta e já imaginando o meu bebê em meu colo, como sonhei com aquele momento, quantas noites meu travesseiro ouvia meus segredos, enxugava minhas lagrimas, lá de cima sei que Deus sempre ouvia minhas orações e sempre me respondia da forma d’ Ele: “Calma que sua hora está chegando”... E CHEGOU!

Nesse caminho eu aprendi o verdadeiro significado de RESILIÊNCIA e GRATIDÃO. Para mim, os eventos à minha volta puderam me empurrar para frente, não foi fácil passar por essa transformação e aprender a cada ciclo a me reerguer. Mas foi necessário desistir de brigar contra a vida e às dificuldades, e colocá-las a meu favor! Sim, comecei a olhar com outra perspectiva! Hoje posso afirmar que tudo que aprendi e vivi foi para me deixar mais forte!

Nesse processo a Gratidão tomou conta dos meus dias, aprendi que não é somente quando estamos bem ou recebemos algo bom que precisamos agradecer. Aprenda a agradecer por tudo, independente do que esteja passando.
Tenho muito a agradecer a cada participante dos nossos grupos por ter disponibilizado suas experiências, suas lutas e motivações, foram elas que também me inspiraram e não me deixaram cair, às minhas grandes amigas Admins, por me darem a oportunidade de ser parte do time de administradoras e por dividir toda sua histíria, sorrisos e medos e por sempre estarem ali de mãos dadas, seja pra acalmar ou pra puxar a orelha! Temos um único propósito: “Levar conhecimento sobre a Fertilidade a todas”.

Quero dizer a você que está lendo esse breve texto que NUNCA DESISTA, passe o tempo que for, e não deixe que a INFERTILIDADE seja uma bola de ferro nos seus pés, aprenda a usar a seu favor toda a dificuldade a sua volta!
E sempre se lembre do verdadeiro significado da palavra ORAÇÃO (ORAR+AÇÃO), ORE o tempo todo, mas tenha AÇÃO, LUTE pelo seu sonho!

Protocolo:

- Cápsulas do Complexo B, Country Life
- Vitamina D3, 10,000 IU, Healthy Origins
- Coezima Q10, 100 mg, Country Life

- Mega DHA da Vitafor (um excelente ômega 3)
- Cloreto Magnésio PA
- Ultrogestan 200mg (devido à deficiência de progesterona)

- Low Carb (Tinha perdido 3 kg nesse período)

Devido à trombofilia
(Alerta! Esse protocolo é individualizado e deve ser utilizado com prescrição e acompanhamento médico, cada médico tem uma conduta e protocolo adequado para cada diagnóstico! Sei que muitas das vezes dá aquele desespero e queremos tomar tudo que a colega tomou, mas tenha sempre em sua mente que nem tudo é indicado para você, e invés de ajudar pode prejudicar!)

- AAS 100mg
- Clexane 40mg.

Gráfico de temperatura basal da Miriã.

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