Meu maior sonho sempre foi ser mãe. Nasceu comigo esse “instinto”. Minha mãe conta que desde os meus dois anos eu já tratava meu irmão mais novo como filho, e assim é até hoje. Conheci a pessoa que hoje é meu marido com 12 anos, começamos a namorar eu tinha 13... Sempre usamos camisinha e anticoncepcional não era uma opção pra mim, mesmo porque desde quando menstruei com 12 anos sempre tive ciclos muito regulados. Até que um dia atrasou. Em outra vez a camisinha estourou. Comecei a pensar que talvez valesse a pena tomar anticoncepcional como uma forma “mais segura” de prevenção. Isso foi há 7 anos. Nos primeiros meses tudo bem, mas eu sempre precisei trocar o remédio porque tinha escapes no meio da cartela.
Em 2016 poucos meses antes do meu casamento eu praticava crossfit e percebi que sempre que fazia exercícios de impacto eu tinha sangramentos. Quando tinha relação também acontecia. Fiquei preocupada e fui ao ginecologista da família, que inclusive foi quem assistiu ao parto quando eu nasci. Ele me solicitou alguns exames de sangue e uma ultra transvaginal. Meu TSH estava baixo, na ultra descobri que meu endométrio estava fino e a explicação que tive era que o anticoncepcional estava deixando meu endométrio muito fino e abaixando meu TSH, por isso eu sangrava. Fui orientada a parar o anticoncepcional por seis meses e procurar um endocrinologista. Assim fiz, em Janeiro de 2017 me casei, parei o anticoncepcional e fui à endócrino. De cara me perguntou se eu tinha pessoas na família com problemas na tireoide, e para minha surpresa, minha mãe que estava junto comigo disse que minha avó paterna tinha. Ele me solicitou um ultrassom da tireoide e eu fui fazer somente porque ela pediu mesmo, porque não tinha sintomas. Descobri 3 nódulos, menores que 1 cm e que segundo recebi orientações era apenas pra acompanhamento. Perguntei sobre o anticoncepcional e ela me liberou pra voltar a tomar. Minha pele em seis meses ficou tão ruim a ponto de eu tirar fotos do meu rosto pra me lembrar de nunca parar de tomar.
Minha patroa que é ginecologista olhou meus exames e disse “Você não pode engravidar de jeito nenhum! Você tem muito mais chance de aborto que uma pessoa normal, chances de o bebê ter malformações etc”. Aquilo pra mim foi horrível. Sempre ouvi pessoas dizendo que quem quer muito ter filho é mais difícil. Aí ouvir de um médico que o sonho da sua vida vai ser mais difícil do que você pensa... Eu chorei a noite toda. Mas sempre tive Deus falando comigo a todo momento, me colocando no colo e me amparando.
Voltei a tomar o anticoncepcional, apesar do sonho de engravidar tinha o pensamento que acredito que todo mundo tem: paro o anticoncepcional e já vou engravidar! Tanta gente engravida tomando o remédio né?! Mas não estava nos meus planos no momento. Comecei uma pós graduação em São José do Rio Preto, que é bem distante de onde eu moro em Minas. Seria um ano e meio de pós e aquele sonho “adormecido” começou a acordar quando faltavam seis meses pra ela acabar. Uma grande amiga que sempre me disse que não tinha nascido pra ser mãe se casou grávida e aquela vontade foi crescendo. Decidi parar o remédio. Fui voltar à endócrino pra ter certeza que continuava tudo bem, e ela tinha parado de atender ao meu convênio. Tive que procurar outro médico. O ginecologista me passou exames e novamente meu TSH baixo. Fui ao médico que estava atendendo ao meu convênio, ele disse que estava tudo bem e que eu poderia ter um time de futebol se quisesse.
Voltei pra casa mais tranquila, mas o casamento meio em crise. Parecia que eu ouvia a voz de Deus me falando que ainda não era a hora. Resolvemos fazer uma viagem e ter a lua de mel que não tivemos e como a pele começou a encher de espinhas novamente pela falta do anticoncepcional eu voltei a tomar o remédio. Viajamos, voltamos, marido ao mesmo tempo que demonstrava vontade de ter filhos colocava “metas” que deveriam ser cumpridas antes do filho, uma delas era ter um carro maior. Em outubro de 2018 ele estava prestes a comprar esse carro maior e eu conversei com Deus, que se fosse da vontade Dele que aquele carro fosse nosso eu ia entender como um sinal que eu deveria parar o remédio de novo. Dia 03/11/18 eu tomei o último anticoncepcional.
Todas as vezes em que parei o remédio eu tive atrasos. Meus ciclos se desregularam, cheguei a ficar atrasada por 5, 10 dias. Como trabalho em laboratório, todo dia era um beta que sempre vinha negativo. Em janeiro de 2019 menstruei. Em Fevereiro fiz uma ultrassom da tireoide de rotina, e um dos nódulos tinha crescido. Novamente o médico que havia me atendido no ano anterior havia parado de atender o meu convênio e decidi procurar um particular pra ter uma pessoa que conheça meu histórico e me orientar. Dra Isabela me fez entender tudo que nenhum endócrino tinha me explicado. Realmente deveria fazer punção e biópsia do nódulo para ver se era benigno ou maligno.
Uma coisa que talvez não tenha dito: sou MUITO ansiosa. Eu cheguei em casa e já procurei tratamento para câncer de tireoide, tenho sempre tendência a pensar no pior. Pessoas que já passaram pelo procedimento me disseram que doía muito e eu fiquei mais ansiosa ainda! Dia 20 de Fevereiro fiz a punção, nisso minha menstruação já estava atrasada. Na minha cabeça focada na punção, o atraso era por ansiedade, como todas as outras vezes. Passei pelo procedimento, muito mais tranquilo do que imaginei graças a Deus. Voltei pra minha cidade ansiosa pelo resultado da biópsia e pensei que como havia passado o motivo da minha ansiedade num primeiro momento, no outro dia acordaria menstruada. Mas isso não aconteceu. Após o almoço voltei pro trabalho e relutante, fiz um beta (onde trabalho fazemos de sangue, mas só o qualitativo). Uma amiga colheu meu sangue, escondido de todo mundo, claro. Num primeiro momento negativo, guardei a fitinha e pensei “mais um negativo pra coleção!”. Mas essa amiga veio me perguntar o que tinha dado e entreguei a fitinha falando “negativo”, mas ela pegou e viu que tinha positivado fracamente.
Dia 21 de fevereiro foi a primeira vez que vi um teste meu positivo. Mesmo que fraco. Minha reação não foi a que eu esperava, que choraria, que ficaria imensamente grata a Deus... Eu mesma estranhei. Falava que tava errado, procurava desculpas, mas sabia que falso positivo não existe num teste de sangue. Fui pra casa, contei pro marido e falei que não queria contar pra ninguém até 12 semanas. Empoderamento não conhecia. Sempre quis parto normal e não concordava com vários procedimentos no parto normal mas cesárea nunca foi uma opção pra mim. Enfim, não fiz nenhum teste quantitativo, nada... Só fiz um clear blue na madrugada, 4 da manhã e quando apareceu grávida eu chorei muito... Estava muito feliz mas com muito medo. Uma pessoa que trabalha comigo havia contado a duas semanas pra minha patroa que estava grávida e a reação dela, ginecologista, não foi nada boa. O resultado da minha biópsia ainda não havia saído então eu tava com medo de tudo. Consegui um ginecologista, queria fazer uma transvaginal pra ter certeza que estava tudo bem, queria fazer um quantitativo mas ninguém do meu trabalho poderia saber! O ginecologista fez um ultrassom abdominal e falou que não dava pra ver nada porque eu tava com a bexiga vazia, mas não precisava fazer o transvaginal... Eu sempre disse que não compraria nada até 12 semanas quando ficasse grávida, e depois de cinco dias que vi o fracamente positivo não resisti e comprei mesmo assim. A noite naquele dia alguma coisa me falava que eu tinha me precipitado.
SAIU O RESULTADO DA BIÓPSIA: NÓDULO BENIGNO! GRAÇAS A DEUS! Eu nunca senti tanto alívio na vida! Na quarta fomos sair com uns amigos e quando fui ao banheiro antes de tomar banho falei ao meu marido “posso estar enganada, mas acho que vou sangrar”. Tomei banho, saímos, voltamos pra casa e não tinha sangue... Pensei estar enganada mesmo – ainda bem! Na quinta acordei sangrando. Foi desesperador! Fiz pela primeira vez um beta quantitativo e tava só 73. Fiz no outro dia uma transvaginal e não tinha nada no útero. Diagnóstico: Gravidez Química. Fiquei arrasada, mas ao mesmo tempo Deus me deu muita paz no meu coração. Eu sabia que não tinha sido nada que eu tinha feito, e aceitei aquilo como parte de algo maior que viria a acontecer.
Confesso que apesar de ter parado o anticoncepcional, eu ainda não tentava, sentia que não era a hora, talvez ainda não me sentisse preparada. Todo esse sentimento era recíproco no meu marido. Depois do que aconteceu eu senti que eu estava pronta. Esperei um mês e decidimos que a gente deveria tentar. Eu faço aniversário em janeiro e me casei em janeiro, sempre quis dar à luz em janeiro também, então deveria engravidar em abril. Aí começou o processo para meu empoderamento. Decidi comprar testes de ovulação para realmente tentar. Meu ciclo começou no dia 1/04 e comecei os testes no dia 10... Como ainda não conhecia outros, comprei o da clear blue que é bem caro pra testar antes da hora né, e realmente desperdicei alguns. Eis que dia 16 o teste sorriu pra mim, e eu como leiga que era, achava que bastava aquele dia e que daria certo, mas tentei no dia seguinte também. Estava confiante que tinha engravidado. Dia 27 comecei a ter um pequeno sangramento sem fluxo e pra mim era nidação. Mas o sangramento aumentou e tinha fluxo. Aí comecei a estranhar, minha fase lútea estava curta mas ainda assim não procurei a causa. Era apenas o primeiro mês de “tentativa”.
Veio Maio e uma grande amiga de muitos anos revelou que estava grávida, e eu puxei assunto com ela perguntando se ela tinha tentado por muito tempo. Minha surpresa foi tão grande quando ela me contou que havia passado por um processo bem longo e demorado e que tinha feito muita coisa, participado de um grupo e suplementado vitaminas. Me sugeriu fazer exames pra verificar as vitaminas e descobrimos que estava tudo baixo. Me apresentou o método sintotermal, o blog Projetando um Bebê, a fórmula Sophia, Óleo de prímula e me ensinou a pensar positivo. No dia 31/05 comecei a suplementar, primeiro dia do ciclo. Minha fase lútea que era de 9 dias, passou a 12. Confesso que no começo fiquei MUITO resistente, assim como meu marido. Lia no título do Sophia “Kit para óvulos de qualidade” e pensava que eu não estava tão desesperada assim! Mas no primeiro mês vi que ela tinha razão. Insisti pro meu marido tomar a fórmula Thor e ele mesmo sem acreditar tomou.
Ciclo seguinte, tive de novo 9 dias de fase lútea, dosando a progesterona vimos que não era ela que estava baixa. Dosamos a ferritina e mesmo suplementado ela abaixou. Comecei a tomar noripurum. Sempre que descia a menstruação eu ficava chateada e pensando quando daria certo... Ao mesmo tempo pensava que não podia me desesperar porque tinham pessoas tentando a mais tempo. A esposa do meu tio levou seis anos, e quando conseguiu teve um AE com 9 semanas. Quando começou o meu ciclo de agosto afirmava “esse é o ciclo do meu positivo”. Comecei a meditar, ler sobre as afirmações positivas e como o universo diz sim a tudo que dizemos, pensamos... Deus sempre falava comigo, na maioria das vezes por músicas. E quando esse ciclo começou Deus falou comigo através de uma música que dizia “vai chegar a sua vez, não te esqueci, pode confiar em mim, ore outra vez, busque outra vez, tente só mais uma vez” e eu entendi o recado. Aquilo foi me dando mais e mais certeza que tinha chegado a minha hora.
Laiza (conhecida no G2 como "a rainha do muco") e eu conversávamos todos os dias. Brincava que ela era minha coach e que seria eternamente grata a ela – o que de fato sou. Grávida do Arthur, ela sempre me dizia que antes de ele nascer a gente estaria comemorando meu positivo. O tempo foi passando, as TBs (temperatura basal) sempre baixas... Eu tava com padrão de ovulação no dia 20, 21 do ciclo. Mas esses dias passaram e a TB não subia! Decidi então entrar no G2 no dia 26 de Agosto, meu dia 26 do ciclo. Lembro de comentar que não tinha ovulado ainda, perguntar se alguém poderia me falar sobre ciclo anovulatório e de falar que não sabia se torcia praquele ciclo acabar logo ou pra ovular. Como disse, sou bastante ansiosa. Uma amiga do G2 me disse que o padrão de ovulação dela era parecido com o meu, 20/21 do ciclo e o último tinha sido no 28. Interessante, dia 29 a TB (temperatura basal) subiu e dois dias depois a ovulação foi marcada no dia 28.
Dia 30, sexta-feira, era dia do #confesso no G2. Estávamos numa época de revelação de positivos e as adm fazendo suspense. Meu primeiro confesso foi que sentia que estavam falando de mim quando se referiam às grávidas. No 7dpo dosei a progesterona e tava 8,32. Nos outros meses estava sempre mais alta. Mas seguia firme e convicta que estava grávida. Passaram-se os dias, a TB continuava alta como nunca. Chegou o 9dpo e sempre a TB já caía, aparecia um pequeno escape e nada. 10 dpo e a TB continuava alta. Era sábado e na hora do banho saiu um rastrinho de sangue. Fui à missa e chorei muito achando que estava menstruada. Na comunhão ouvi uma música que ficou na minha cabeça. Lembrava de pessoas dando testemunho e contando que após a missa alguém vinha contar que Deus tinha revelado que ela tava grávida, ou que entrava na igreja com o filho no colo... Eu queria muito que aquilo acontecesse comigo também, mas ninguém veio até mim.
Na meditação de conexão com o bebê da Gaby Lacerda, o meu bebê veio ao meu encontro e fez uma coisa que nunca tinha feito: deitou no meu ombro, queria ficar. Eu sempre falava pode vir filho, eu to pronta! 11 DPO e TB alta. Meus seios mudaram e ficaram doloridos. Mas aquilo podia ser sinal de menstruação também. Como ovulei tarde, todos os aplicativos diziam que eu estava atrasada, mas eu sabia que não e me recusava a fazer um TG. Resolvi procurar a música que gostei tanto do dia anterior, e foi aí que Deus me revelou que minha hora tinha chegado. Numa música chamada Mística Sublime que diz:
“Neste lugar eu posso dizer, estás dentro de mim e eu dentro de você.
Agora nós dois somos um.”
Logo em seguida já começou outra música chamada “Filho da promessa” e no meu coração eu entendi tudo. E ninguém veio até mim revelar o que Deus tinha preparado, Ele mesmo me contou!
Na segunda, 12dpo recebo uma mensagem do marido da Laiza falando que ela havia entrado em trabalho de parto. Só me vinha à cabeça ela falando que antes de o Arthur nascer estaríamos comemorando meu positivo. Tive que fazer um teste. Tirei meu próprio sangue e fiz, no banheiro do laboratório e deu positivo. Dia 09/09/19. Comemoramos meu positivo antes dele nascer. QUE DIA!
Corri pra fazer um quantitativo: 112,7.
24 horas depois 199,9.
Não dobrou, que desespero!
48 horas depois 431,2. Estava evoluindo bem, graças a Deus!
Do dia 9 quando o TG positivou até o dia do ultrassom foram 23 dias de ansiedade pra saber se tava tudo no lugar certinho, se tava tudo bem. E no dia 02/10 eu ouvi aquele som maravilhoso de galope e vi o feijãozinho mais lindo do mundo, dentro de mim!
Essa semana completo 13 semanas da comunhão mais linda que tenho com Deus. E a mamãe apressada aqui já sabe que é a Cecília que vem aí!
Tenho muito a agradecer a todas desse grupo e enaltecer o quão importante é o trabalho dessas pessoas que estudam, buscam informações e empoderam tantas mulheres, fazendo com que esteja cada dia mais próximo de realizar o sonho de ser mãe! Tenho certeza que se Deus nos permite sonhar, Ele nos permite realizar! Obras grandiosas levam tempo! Deus faz tudo na hora certa, a gente só entende depois!