segunda-feira, 23 de julho de 2018

Protocolo para endometriose - diagnóstico, tratamento natural, alimentação e suplementação

PROTOCOLO PARA ENDOMETRIOSE

Escrito pela administradora Andreza Cunha


CONCEITO

O útero é revestido internamente por uma camada chamada endométrio que, a partir de estímulos hormonais ao longo do ciclo, cresce naturalmente em busca da implantação de um embrião. Caso isso não ocorra, o endométrio é descamado e eliminado, o que chamamos de menstruação. A endometriose ocorre quando, ao sair dos padrões fisiológicos, o endométrio se implanta fora do útero causando uma inflamação crônica dependente do hormônio estrogênio. Os locais mais comuns de lesões da endometriose são na pelve: peritônio, tubas uterinas, ovários, paramétrios (ligamentos e tecidos que sustentam o útero), intestino e bexiga, mas em casos mais raros podem acometer outros órgãos como pulmões, diafragma, etc. 
Esta doença atinge 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva e cerca de 30% a 50% das mulheres inférteis têm endometriose.
Na adenomiose o endométrio está presente no interior da camada muscular do útero, o miométrio. Esta invasão pode ser difusa ou focal. Ela é frequente em portadoras de endometriose mas, mesmo sendo doenças distintas, possui causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos similares conforme explicado a seguir.


SINTOMAS

A endometriose pode se apresentar por muitas vezes de forma silenciosa, mas os principais sintomas são: cólicas antes ou durante a menstruação, elevado fluxo menstrual, sangramento irregular fora do período menstrual, inchaço, fadiga, dor abdominal e na lombar, dor de profundidade durante e dor após a relação sexual, dor pélvica crônica, alterações intestinais (dor ao evacuar, sangramento, constipação ou diarréia), dor e sangramento ao urinar e infertilidade. Vale ressaltar que a intensidade da dor não está diretamente ligada com a gravidade e extensão das lesões.


CAUSAS

Há diversas teorias que os médicos trabalham como causa da endometriose: menstruação retrógrada (refluxo da menstruação pelas tubas uterinas se instalando na pelve), metalasia celômica (tecido presente já no embrião se transformaria em tecido endometrial em qualquer parte do corpo), alterações genéticas, hereditariedade, falha no sistema imunológico ao tentar destruir este tecido fora do útero, transporte errôneo de células endometriais por vasos sanguíneos e linfáticos, exposição ambiental por poluentes e agrotóxicos, disbiose intestinal, manipulação e implantação de tecidos endometriais em qualquer parte do corpo durante uma cirurgia sendo muito comum em cicatrizes e a associação de alguns desses fatores.


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico sugestivo da endometriose pode ser feito através de análise do histórico clínico da paciente, pelo exame de toque vaginal feito por médicos especialistas, por exames de imagem como ultrassom e ressonância magnética ambos com preparo intestinal e realizado também por médicos especialistas. O diagnóstico definitivo só pode ser obtido através da biópsia do tecido retirado por videolaparoscopia. O exame de sangue CA 125 colhido no início do período menstrual é um marcador tumoral que mede o nível de inflamação mas não está associado com a presença da doença.


TIPOS E CLASSIFICAÇÃO

Os tipos de endometriose são de acordo com a sua localização: peritoneal (superficial), ovariana (endometrioma) e profunda ou infiltrativa (quando as lesões infiltram mais de 5mm nos órgãos) e classificadas em 4 estágios que variam de mínima, leve, moderada e grave.

ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE

A endometriose causa infertilidade devido ao comprometimento da mobilidade, distorção ou até obstrução das tubas, ovários e útero através das aderências e aumento do líquido peritoneal causados pela inflamação, comprometimento da qualidade de óvulos, da ovulação e da fase lútea por alterações hormonais, comprometimento da qualidade e implantação do embrião e diminuição da receptividade endometrial e por aspectos imunológicos.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

A videolaparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva através de pequenas incisões no abdômen para retirada completa das lesões sem comprometer os órgãos, preservando a reserva ovariana e evitando a formação de aderências. A técnica de excisão total dos focos e não apenas cauterização é a melhor forma de trazer a cura sem riscos de cirurgias recidivas. É indicado para os casos de endometriose profunda, sintomática, com muitas aderências, dores intensas e infertilidade.

TRATAMENTO NATURAL

Indicações de fitoterápicos, suplementações e hábitos de vida com a intenção de desinflamar a pelve, diminuir o stress oxidativo, e barrar a aromatase que consiste em uma enzima responsável pelo processo inflamatório onde a célula de endometriose adquire a propriedade de produzir seu próprio estrogênio, além de ser responsável por evitar que as lesões sejam destruídas pelo nosso sistema imunológico. O acompanhamento médico com ortomolecular é de grande importância para resultados mais precisos de acordo com cada individualidade.
  • Acupuntura ( 1 ou 2x na semana)
  • Água com limão em jejum (todos os dias)
  • Água inglesa ( 1 ao 7 DC por 2 ciclos, no máximo)
  • Auto-hemoterapia 10ml (1x na semana)
  • Bioperine
  • Chá de amora (todo ciclo)
  • Chá de Uxi amarelo pela manhã (ou 300mg 2x ao dia em cápsula) 1 DC até ovulação
  • Chá de Unha de gato a noite (ou 300mg 2x ao dia em cápsula) 1 DC até ovulação
  • Colágeno Hidrolisado (todo ciclo)
  • Cúrcuma 300mg 2x ao dia
  • Exercício físico regular
  • Florais de Bach (além de ajudar no controle da endometriose, é um excelente tratamento para tratar a ansiedade durante o período de tentativas)
  • Glutamina 5g
  • Hidrovitalis (orientação médica)
  • Homeopatia, florais de bach e aromaterapia 
  • Ilib (orientação médica)
  • Kefir
  • Leite de sucuba / janaúba 1 DC até ovulação
  • Magnésio glicina ou cloreto de magnésio
  • Melatonina (orientação médica)
  • Óleo de coco como lubrificante
  • Óleo de copaíba (10 gotas 1DC até ovulação) ou 2 cápsulas de oléo de prímula 500mg 1DC até ovulação
  • Ômega 3 EPA/DHA
  • Ozonioterapia (orientação médica)
  • Probióticos e prebióticos (orientação médica)
  • Progesterona bioidêntica em fase lutea (orientação médica)
  • Pinus Pinaster (pycnogenol) 50mg 2x ao dia
  • Resveratrol 30mg 1x ou 2x ao dia 
  • Selênio glicina ou selênio metionina
  • Multivitamínico Sophia Suprema ou então, o mais completo, Kit de multivitamínico Sophia Suprema + Ferro + Coenzima Q10 + Mio Inositol (quer um cupom de 10% para comprar qualquer produto na Tito Farma?).
  • Vitex
Evitar:
  • Chá ou Elixir de inhame
  • Ciclo das sementes
  • Duplinha (Folliculinum + Ovarium)
  • Indutores de ovulação
  • Maca Peruana (regulador de hormônios)


ENDOMETRIOSE E ALIMENTAÇÃO

Processos fisiológicos e patológicos associados à endometriose podem ser influenciados pela alimentação, incluindo inflamação, atividade hormonal, ciclo menstrual e metabolismo de substâncias. A origem de muitas doenças auto-imunes como a endometriose tem a origem no intestino, considerado nosso segundo cérebro, ele é responsável pelo bom funcionamento e ciclos hormonais que regem todo o corpo e qualquer alteração pode ser responsável pelo desenvolvimento de doenças. O que você come é o que passa no seu intestino, por isso a importância de buscar uma alimentação anti-inflamatória, anti-oxidante e anti-estrogênica com acompanhamento médico de nutrólogo ou nutricionista.

Alimentos a serem evitados:
  • Açúcar e adoçante
  • Agrotóxicos
  • Alimentos industrializados (excesso de química e conservantes)
  • Amendoim
  • Aromatizantes
  • Batata frita e palha
  • Batata inglesa cozida( insulina)
  • Bebida alcoólica
  • Bebidas energéticas (excesso de químicas e toxinas)
  • Caféina
  • Carne vermelha
  • Carnes processadas ( salsicha, presunto, chester, salsichão, nuggets, etc.)
  • Cerveja (glúten e insulina)
  • Corantes
  • Farinha de trigo integral (insulina)
  • Farinhas de trigo, cevada e centeio (glúten)
  • Frituras (óleos vegetais reutilizados: oxidação)
  • Gorduras trans e gordura hidrogenada
  • Leite de vaca e derivados
  • Margarina (excesso de química, toxinas e conservantes)
  • Milho (transgênico)
  • Molhos industrializados (excesso de química e conservantes)
  • Óleos vegetais industrializados
  • Pipoca de micro-ondas (excesso de química e conservantes)
  • Pizza e comidas congeladas prontas (excesso de química e conservantes)
  • Refrigerantes ( açúcar e insulina) 
  • Sal refinado
  • Semente de linhaça
  • Soja (estrogênico e transgênico)
  • Sorvetes (gordura trans, leite e açúcar)
  • Suco de fruta (frutose: excesso de insulina)
  • Tapioca (amido: excesso de insulina)
 Alimentos a serem consumidos:
  • Açaí
  • Alecrim
  • Alho
  • Batata doce
  • Bebidas vegetais feitos de linhaça, coco, amêndoa, etc
  • Brócolis
  • Canela
  • Castanhas
  • Cereais integrais sem glúten
  • Sementes de abobora e girassol
  • Chia
  • Cúrcuma
  • Ervas e especiarias
  • Frutas e verduras de cores alaranjadas e vermelhas
  • Gengibre
  • Hortelã
  • Melão
  • Orégano
  • Peixe
  • Pimenta do reino
  • Quinoa
  • Repolho
  • Suco de limão em jejum
  • Uvas roxas
  • Vegetais verdes escuros
  • Preferência em alimentos orgânicos.
Fontes:
YAMAKAMI, Lucas - FILHO, Oscar- ALVARENGA, Conrado -TOMIOKA, Renato. Condutas práticas em infertilidade e reprodução assistida. Editora Elsevier.

3 comentários:

  1. Boa noite, tenho endometriose e fiz exames de insulina e estes deram normal, mesmo assim esses alimentos podem me prejudicar? Em que a insulina pode me prejudicar?

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    1. A insulina muito alta pode bloquear sua ovulação levando a um quadro de pré diabetes ou ovários policisticos.

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    2. A insulina muito alta pode bloquear sua ovulação levando a um quadro de pré diabetes ou ovários policisticos.

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