Ômega-3 TG vs Ômega-3 EE: uma análise baseada em ciência

O ômega-3 é um ácido graxo essencial conhecido por seus benefícios à saúde, incluindo a melhoria da função cerebral e a redução do risco de doenças cardiovasculares. 

O mercado de suplementos de ômega 3 está crescendo a passos largos, e com isso surge uma questão relevante: qual é a melhor forma de ômega 3 a ser consumida? Nem todos os suplementos de ômega-3 são iguais, mas poucas pessoas conhecem as diferenças.

Neste artigo, abordaremos a superioridade do ômega 3 na forma de Triglicerídeos Reesterificados (TG) em comparação com a forma de ácidos graxos Etil Ésteres (EE). Vamos explorar as diferenças entre essas duas formas e explicar por que o ômega-3 TG pode ser superior ao EE em termos de absorção e eficácia.

O Processo de Produção: TG vs EE

O que é Ômega-3 EE?

A forma de éster etílico (EE) é criada quando o óleo de peixe passa por um processo de concentração e purificação. Primeiro, é removido tudo que não é necessário, como outras gorduras e impurezas. Depois, adiciona-se álcool (etanol) para estabilizar os bons ácidos graxos que restam. É um jeito mais barato de fazer suplementos de ômega-3, mas nem sempre é o melhor para o nosso corpo.

O que é Ômega-3 TG?

O Ômega-3 na forma de Triglicerídeos Reesterificados (TG) passa por um tratamento extra. Depois de adicionar o álcool, como no caso do EE, a indústria remove esse álcool e coloca de volta uma substância chamada glicerol. Isso faz com que ele fique mais parecido com o ômega-3 que encontramos naturalmente em alimentos como peixe.

Este processo extra faz o produto final ser um pouco mais caro, mas também faz com que nosso corpo absorva o ômega-3 mais facilmente. Em outras palavras, você está pagando um pouco mais, mas está recebendo algo que o seu corpo vai usar melhor.

Eficiência de absorção: A superioridade dos Ômega-e TGs

Biodisponibilidade

Quando falamos de "biodisponibilidade", estamos falando sobre quanto do suplemento realmente pode ser usado pelo nosso corpo. Estudos mostram que o ômega-3 na forma de TG é mais biodisponível do que na forma de EE. Isso significa que uma maior quantidade de EPA e DHA no triglicerídeo de óleo de peixe pode ser absorvida e utilizada pelo organismo em comparação ao EE.

O papel da lipase pancreática

O nosso pâncreas produz algo chamado "lipase pancreática", que é um tipo de enzima. Pense nessa enzima como uma tesoura que corta as moléculas de gordura para que o corpo possa absorvê-las melhor.

Agora, essa "tesoura" funciona muito melhor nos Ômega-e TGs do que nos EEs. Isso quer dizer que, quando você toma ômega-3 em forma de TG, mais do produto é cortado em pedaços que o corpo pode usar efetivamente. Em comparação, a versão EE é mais difícil de ser "cortada" e, portanto, menos dela é usada pelo corpo.

Resumindo, o ômega-3 em forma de TG é melhor absorvido e aproveitado pelo corpo do que o ômega-3 em forma de EE. Isso acontece porque as enzimas do nosso pâncreas, responsáveis por quebrar essas gorduras para que possamos usá-las, funcionam mais eficazmente nos TGs.

Estudos Científicos Sobre TG e EE

Dyerberg et al.

Este estudo duplo-cego constatou que o ômega-3 na forma de TG tem uma biodisponibilidade 70% maior em comparação com o EE.

Dyerberg, J., et al. "Bioavailability of Marine N-3 Fatty Acid Formulations," Prostaglandins, Leukotrienes, and Essential Fatty Acids, vol. 83, no. 3, 2010, pp. 137-141.

Neubronner et al.

Este estudo mostrou que a forma TG promove um aumento mais rápido e maior do Índice de Ômega-3 (Iω3), uma medida do percentual de ômega-3 nos lipídeos das células sanguíneas, em comparação com EE.

Neubronner, J., et al. "Enhanced increase of omega-3 index in response to long-term n-3 fatty acid supplementation from triacylglycerides versus ethyl esters," European Journal of Clinical Nutrition, vol. 65, no. 2, 2011, pp. 247-254.

Schuchardt et al.

Aqui, foi observada uma redução significativa nos níveis de triglicerídeos séricos com o uso de suplementos TG, algo que não foi replicado com o uso de EE.

Schuchardt, J.P., et al. "Incorporation of EPA and DHA into plasma phospholipids in response to different omega-3 fatty acid formulations–a comparative bioavailability study of fish oil vs. krill oil," Lipids in Health and Disease, vol. 10, 2011, pp. 145.

Estabilidade e Oxidação

O que é Oxidação?

Antes de tudo, é útil entender o que significa "oxidação" neste contexto. Oxidação é uma reação química que pode fazer com que o óleo de peixe se deteriore, ou seja, fique rançoso. Quando um óleo oxida, ele não apenas perde seu frescor, mas também pode gerar compostos que são ruins para a saúde.

Ômega-3 EE vs TG: Qual é mais estável?

Estudos científicos mostram que o ômega-3 na forma de triglicerídeos reesterificados (TG) é mais estável do que na forma de éster etílico (EE). Isso significa que o TG é menos propenso à oxidação, o que é uma grande vantagem.

Por que o Ômega 3-TG é mais estável?

Você pode estar se perguntando: por que isso acontece? Em termos químicos, a estrutura molecular dos TGs é mais resistente às condições que favorecem a oxidação, como a exposição ao ar e à luz. Ou seja, eles são como um castelo de cartas mais bem construído que o EE, menos propenso a "desmoronar" quando enfrenta fatores externos.

Consequências da oxidação de um Ômega 3

A oxidação não é apenas uma questão de o óleo ficar rançoso e com mau gosto; ela também pode afetar a eficácia do suplemento. Quando o óleo de peixe oxida, ele pode perder parte de seus benefícios para a saúde. Pior ainda, produtos oxidados podem criar compostos nocivos que você definitivamente não quer no seu corpo.

Conforto gástrico: a diferença entre o ômega-3 TG e EE

Além de ser mais facilmente absorvível, o TG também tende a ser mais amigável para o seu sistema digestivo. Algumas pessoas que tomam ômega-3 na forma de EE relatam desconforto gastrointestinal, como náuseas ou indigestão. Os estudos mostram que o TG é menos propenso a causar esses tipos de efeitos colaterais, tornando-o uma opção mais confortável para muitas pessoas.

Recomendação ao consumidor: escolha cuidadosa

É crucial que os consumidores estejam cientes dessas diferenças ao escolher um suplemento de ômega-3. Optar pelo TG, apesar do preço ligeiramente mais elevado, oferece vantagens significativas em termos de biodisponibilidade, estabilidade e eficácia. O Ômega-3 TG é 30-70% mais absorvível que o EE. Isso significa que mais do ômega-3 que você ingere realmente será usado pelo seu corpo, em vez de ser desperdiçado.

Com base em estudos científicos e evidências, fica claro que a forma TG de ômega-3 é superior à forma EE pois é mais facilmente absorvida pelo corpo, tende a ser mais suave para o sistema digestivo e é mais próxima da forma de ômega-3 que você encontraria em alimentos naturais.

Portanto, ao escolher um suplemento de ômega-3, é prudente optar por uma marca que oferece o ômega-3 na forma de TG (Triglicerídeos reesterificados) para maximizar os benefícios para a saúde.

Por que escolher o TG e não o EE?

  • Melhor absorção: TG é 30-70% mais absorvível que EE.
  • Mais estável: O TG tem menor risco de oxidar e deixar teu ômega-3 rançoso.
  • Conforto gástrico: Menos efeitos colaterais gastrointestinais em comparação com EE.
  • Forma mais natural: TG é mais próximo da forma de ômega 3 encontrada em alimentos naturais.

Melhores marcas de Ômega-3 TG:

1) MENOR PREÇO: Ômega-3 TG - Nutrends

Para quem não se importa de ingerir mais cápsulas para obter uma quantidade maior de DHA e EPA, o ômega-3 TG da Nutrends é uma excelente escolha com custo-benefício. Possui o selo MEG-3 que certifica a ausência de metais pesados e outras impurezas em sua composição. Possui 180 mg de EPA e 120 mg de DHA por cápsula.

Em setembro/2023, o produto está custando R$ 47,91 em 120 cápsulas (R$ 0,40 por cápsula), com excelentes avaliações na Amazon. Porém o preço já chegou a R$ 38,76 em 120 cápsulas (R$ 0,32 por cápsula).

Ômega-3 com certificação MEG-3 e 120 cápsulas. Imagem com as informações nutricionais do suplemento.
Ômega-3 TG da Nutrends

2) MELHOR CUSTO-BENEFÍCIO: Nutrify Real Foods

A Nutrify ganha na categoria custo benefício. Com selo IFOS, de isenção de metais pesados, ela conta com 420 mg de EPA e 260 mg de DHA por cápsula.

No laudo IFOS deu:
  • EPA: 512 mg por cápsula
  • DHA: 345 mg por cápsula
A dosagem de EPA e DHA revelada pelo IFOS é bem maior do que a que está informada no rótulo. Ou seja: o produto é ainda MELHOR do que a especificação do rótulo.

Em setembro/2023, o produto está custando R$ 143,90 em 120 cápsulas (R$ 1,19 por cápsula), com excelentes avaliações na Amazon. Porém o preço já chegou a R$ 99,77 em 120 cápsulas (R$ 0,83 por cápsula). Fiquem de olho nas promoções!

Ômega-3 com certificação IFOS e 120 cápsulas. Imagem com as informações nutricionais do suplemento.
Ômega-3 TG da Nutrify


Referências:

Dyerberg, J., et al. "Bioavailability of Marine N-3 Fatty Acid Formulations". Prostaglandins, Leukotrienes, and Essential Fatty Acids, vol. 83, no. 3, 2010, pp. 137-141.

Neubronner, J., et al. "Enhanced increase of omega-3 index in response to long-term n-3 fatty acid supplementation from triacylglycerides versus ethyl esters". European Journal of Clinical Nutrition, vol. 65, no. 2, 2011, pp. 247-254.

Schuchardt, J.P., et al. "Incorporation of EPA and DHA into plasma phospholipids in response to different omega-3 fatty acid formulations–a comparative bioavailability study of fish oil vs. krill oil". Lipids in Health and Disease, vol. 10, 2011, pp. 145.

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