terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Os hormônios e o ciclo menstrual - explicação fácil de entender!

Olá, tentantes!

Gostaria de compartilhar com vocês um texto que encontrei no site da UFRGS. A linguagem não está muito técnica e está fácil de entender.

Níveis hormonais e ciclo menstrual

O ciclo menstrual nada mais é do que um processo cíclico decorrente da secreção alternada de quatro principais hormônios: estrógeno e progesterona (secretados principalmente nos ovários), Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH), os dois últimos, secretados pela hipófise. A hipófise é uma glândula endócrina situada na sela túrcica, cavidade óssea localizada na base do cérebro.

No início de cada ciclo, quando a menstruação ocorre, há liberação hipofisária de pequenas quantidades de FSH e LH (pequenos pulsos), que juntos provocam o crescimento e amadurecimento dos folículos ovarianos. O crescimento destes folículos induz o aumento da produção de estrógeno. Este é secretado em uma taxa crescente, estimulando a proliferação endometrial, e atingindo o seu pico aproximadamente na metade do ciclo.

A concentração alta de estrógeno inicialmente reduz o pulso de LH e FSH e, em seguida, provoca um aumento súbito – surto pré-ovulatório – destes dois hormônios, estimulando a ovulação (ruptura do folículo e liberação do óvulo). Após a ovulação, os elementos residuais do folículo rompido formam o desenvolvimento do corpo lúteo que secreta estrogênio e quantidades elevadas de progesterona com o objetivo de manter a gestação, até que a placenta possa assumir esta função.

Observe o esquema abaixo de um ciclo menstrual normal, de 28 dias, mostrando as flutuações das concentrações hormonais sangüíneas (a) e (b) e os estágios de crescimento do folículo e do corpo lúteo (c), assim como as alterações do endométrio (d), no útero, durante o ciclo menstrual.

A: liberação pulsátil do LH e do FSH;
B: aumento da quantidade de estrógeno;
C: redução dos pulsos de LH e FSH;
D: surtos pré-ovulatórios de LH e FSH;
E: estrógeno e grandes quantidades de progesterona secretados devido à ovulação;
F: não havendo fecundação a concentração de estrógeno e progesterona caem.
Quando NÃO ocorre a fecundação:

Não havendo fecundação os níveis de progesterona e estrogênio caem, provocando a diminuição da produção de LH e FSH, de modo que o corpo lúteo regrida – fase luteínica - reduzindo por sua vez a produção de progesterona e estrogênio e fazendo com que o endométrio descame, ocorrendo a menstruação e dando início a um novo ciclo.

Uma síntese deste ciclo é apresentado sob a forma de diagrama na figura A.4.

Diagrama do ciclo menstrual, mostrando a secreção alternada dos principais hormônios envolvidos no processo: LH, FSH, progesterona e estrógeno, quando não ocorre fecundação.
A ovulação ocorre aproximadamente entre 10-12 horas após o pico de LH (reta tracejada vertical nas figuras A.3 (a) e (c)). De uma maneira geral, este período de tempo entre o pico de LH e a menstruação é de 14 dias. Considera-se período fértil (período em que a mulher está mais apta a engravidar) aquele que inicia três a quatro dias antes da ovulação e termina três a quatro dias após a ovulação. Normalmente, para fins de cálculos, considera-se o dia fértil (dia exato da ovulação) como sendo o 14º dia antes do início da menstruação seguinte.

Quando ocorre a fecundação:

Quando, durante o ciclo menstrual, ocorre a fecundação, o embrião atinge o útero e a placenta secreta um hormônio chamado de hCG – Human chorionic gonadotropin – que impede a degeneração do corpo lúteo. Este tem a função de manter a produção de progesterona e estrógeno, hormônios críticos para a manutenção da gestação. A produção ovariana destes hormônios inibibe a produção hipofisária de LH e FSH, impedindo o estímulo de novos folículos ovarianos e, conseqüentemente, a ovulação durante todo o período da gestação. Há assim um bloqueio do ciclo menstrual. No final da gravidez o corpo lúteo se desintegra, diminui a quantidade de progesterona, provocando a contração do útero que facilita a expulsão do feto durante o parto. Após o parto um novo ciclo menstrual se inicia, conforme é possível observar no diagrama da figura abaixo.

Diagrama do ciclo menstrual, mostrando a secreção alternada dos principais hormônios envolvidos no processo: LH, FSH, progesterona e estrógeno, quando há fecundação.
Vale lembrar que os hormônios gonadotrópicos, LH e FSH, secretados na hipófise, são produzidos tanto no homem quanto na mulher, mas agindo naturalmente, sobre diferentes órgãos. Os hormônios sexuais, progesterona e estrógeno, secretados pelas respectivas glândulas sexuais (ovários, nas mulheres e testículos, nos homens), também são produzidos por ambos os sexos quando estimulados pelos hormônios gonadotrópicos.

Resumindo:

FSH: sigla para hormônio folículo-estimulante. É produzido no cérebro, pela hipófise. Como o nome já diz, irá estimular o desenvolvimento de folículos ovarianos. Por sua vez, os folículos produzem o estrogênio, que estimula o crescimento do endométrio, que se torna mais espesso e vascularizado. Essas mudanças preparam o útero para o caso da implantação de um embrião, ou seja, de uma gravidez. O FSH é fundamental para a produção dos folículos (óvulos), e atua sempre em conjunto com o LH (hormônio luteinizante). 

LH: sigla para hormônio luteinizante. É produzido no cérebro, pela hipófise. Ele trabalha junto com o FSH. Enquanto o FSH estimula o crescimento dos folículos, o LH induz o rompimento do folículo e leva ao desenvolvimento do corpo lúteo. Depois da ovulação, o LH continua sua função estimulante, desta vez estimulando o corpo lúteo a produzir estrogênio e progesterona (em grande quantidade). O LH é sempre secretado em maior quantidade do que o FSH. 

Estrogênio: o estrogênio é produzido pelos folículos do ovário, ou seja, pelos óvulos em formação. O estrogênio estimula o crescimento do endométrio, que se torna mais espesso e vascularizado. Essas mudanças preparam o útero para o caso da implantação de um embrião, ou seja, de uma gravidez.

Corpo lúteo: também chamado de corpo amarelo, esse corpo é o folículo já sem o óvulo. Explicando melhor: quando há ovulação, o folículo libera o óvulo que há dentro dele. Esse óvulo segue o caminho pela trompa. Porém, o folículo vazio não morre, agora ele é chamado de "corpo lúteo" e ele secreta estrogênio e progesterona com o objetivo de manter a gestação, até que a placenta possa assumir esta função. Caso não tenha havido fecundação, ele regride. Caso haja fecundação, é necessário que o corpo lúteo permaneça até o quinto ou sexto mês de gestação, pois se ele é degenerado antes desse período as perdas dos hormônios estrogênio e progesterona causam a eliminação do feto em pouco tempo. Após o quinto mês de gestação, o corpo lúteo não atrapalha o curso saudável da gravidez, pois a placenta estará instalada, assim garantindo a secreção dos hormônios da gravidez e a manutenção segura do feto.

Progesterona: a progesterona é produzida pelo corpo lúteo (estrutura que se forma a partir do folículo) e, juntamente como estrogênio, atua nas diversas fases do ciclo menstrual. A progesterona irá auxiliar na manutenção do endométrio até o final do ciclo menstrual. Caso haja fecundação, o hormônio da gravidez (HCG) irá impedir a degeneração do corpo lúteo e assim a progesterona e o estrogênio continuam em alta. No quarto mês de gestação a própria placenta passa a produzir um hormônio com ação similar à da progesterona, chamado de progesterona 2, e que, deste ponto em diante, é responsável pela manutenção da gravidez.

Dosagem - os níveis de cada hormônio

Quais são os níveis normais de progesterona? O que a progesterona faz?

  1. Os níveis de progesterona são baixos antes da ovulação.
  2. Os níveis de progesterona aumentam 7-10 dias após a ovulação.
  3. Antes de ovular, os níveis de progesterona são geralmente inferiores a 10 ng/ml.
  4. No meio da segunda metade do ciclo, cerca de 7-10 dias após a ovulação, os níveis de progesterona permanecem, geralmente, acima de 8-10 ng/ml.
  5. Os níveis de progesterona são geralmente mais elevados quando você está grávida, mas esse exame não pode ser usado para testar a gravidez.
  6. Mesmo em uma paciente não grávida podem atingir 20 ng/ml.
  7. Após a ovulação, os níveis de progesterona devem ser superiores a 10 a 12 ng/ml para ter uma melhor chance de um bom resultado da gravidez.
  8. Os níveis de progesterona diminuem quando você não está grávida.
  9. A queda da progesterona induz a descamação do endométrio (menstruação).
  10. Níveis de progesterona flutuam muito, mesmo no mesmo dia e de uma hora para a outra.
  11. O nível de hormônio da gravidez hCG no sangue é um indicador melhor de uma gravidez do que o nível de progesterona.
  12. Após 6 semanas de gravidez a melhor indicação de que o feto está indo bem é verificar o batimento cardíaco fetal.
  13. Verificar o nível de progesterona pode ser confuso porque é difícil avaliar se um nível baixo de progesterona significa que a gravidez já é anormal para começar, ou se a baixa progesterona é a causa do mau resultado. Muitos médicos acreditam que é uma gravidez inviável (proveniente de óvulos de má qualidade) que desencadeia uma progesterona baixa e que dar progesterona não fará a diferença, apenas irá retardar o aborto, e não evitá-lo.
  14. A suplementação de progesterona deve ser reservada às seguintes mulheres: FIV, aquelas com medicamentos para a ovulação injetáveis, aquelas que têm demonstrado terem razões imunológicas para abortamentos.
Fontes:

Um comentário:

  1. Gostei muito desse texto. Encontrei algumas respostas a questões que eu tinha sobre os hormônios, ciclo menstrual e as diferenças disso quando há fecundação e quando não há. Vou dar uma pesquisada nas suas fontes pra gerar conteúdo pro meu site. PArabéns e sucesso pra você e sua família.

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