segunda-feira, 29 de março de 2021

Relato de positivo - Ana Carolina (G2)

Boa tarde galerinha!

Vocês gostam de relato de bebê arco íris? Pois preparem-se para ler esse lindo relato, muito bem escrito por sinal, que fala de fé e de um belo arco íris após a tempestade.

Esse relato nos faz ver o poder da suplementação mesmo após 13 anos de uso contínuo de anticoncepcional. 

Mostra a confiança de uma mulher empoderada que sabe ler os sinais de seu corpo através de úteis ferramentas como o método sintotermal. 

Acredite: a dor da perda pode ser ressignificada e tua história terá um lindo "felizes para sempre", como a da Ana.

 Desfrutem. ❤


Escrever um segundo relato de positivo é mexer numa caixinha de memórias boas e ruins. Vou recapitular minha história como tentante pra chegar até os dias de bênçãos que vivo atualmente.

Aos 17 anos eu comecei a usar anticoncepcional. Fui direto pro adesivo transdérmico porque foi o único ao qual eu não tive reação alérgica. Usei o Evra por 13 anos e nunca passou pela minha cabeça que ele poderia me trazer qualquer problema num futuro distante onde eu decidisse engravidar. Em janeiro de 2015 numa consulta médica reclamei de baixa libido e decidimos suspender o uso por algum tempo. Eu me adaptei tão bem que decidi não usar mais, visto que já planejamos engravidar em fevereiro do ano seguinte. Sim! Eu, a leonina, controladora, possessiva e metódica tinha decidido o dia e a hora de engravidar. Pobre de mim, mal sabia o que ainda havia de enfrentar!

O fim do ano chegou e as coisas mudaram drasticamente. Fui desligada do serviço dos meus sonhos depois de 8 anos dedicados totalmente a empresa. Ouvi de todas as pessoas que eu deveria interromper o meu sonho de ser mãe, mas meu coração pedia exatamente o contrário, e ainda no aviso prévio decidimos começar de vez as tentativas. O tempo passou, o aviso venceu, a vida foi seguindo e nada! Nesse meio tempo descobrimos que minha vitamina D estava em 17, e a medica me passou uma suplementação de 1000 UI por dia pra chegar nos 30 que era o ideal. Isso me despertou muita curiosidade quanto a suplementação e nutrição funcional; eu precisava entender exatamente tudo que eu poderia fazer pelo meu corpo pra que ele funcionasse com propriedade até ser capaz de gerar outra vida. Pesquisei muito até encontrar tudo que eu precisava em um único lugar: Um blog maravilhoso que devorei inteiro na mesma noite, e já fiz anotações de 3 páginas de um caderno sobre suplementação e mudanças de hábitos para começar logo na manhã seguinte.

Relutei um pouco em entrar no grupo do WhatsApp porque não tenho muito paciência para grupos, mas logo minha sede de informação era tão grande que entrei e fiquei quietinha só observando. Ali eu aprendi tanto sobre tantas coisas que eu nem sabia que existiam, e conheci meninas que possuem muito mais conhecimento que a maioria dos médicos com os quais terei contato ao longo de toda a minha vida. Rapidamente eu montei meu protocolo de suplementação que, com alguns acréscimos, se manteve o mesmo até os dias atuais.

Depois de pouco mais de um ano tentando eu fui encaminhada pra um especialista, e acho que aquela foi a consulta mais dolorida da minha vida. Não teve nada demais na consulta, mas era eu brigando com cada célula do meu corpo que não queria estar passando por tudo aquilo. Foi uma dor física que me deixou realmente muito abalada, mas como tudo, passou. O médico me pediu a histerossalpingografia, aquele exame de nome tão difícil que causava tanto medo. Fomos fazer, e foi muito mais dolorido do que eu imaginava, mas o resultado foi animador. Espermograma do marido estava ok também. De volta no consultório, o médico me falou pelas entrelinhas que poderia ter alguma coisa na trompa esquerda mas que deveríamos esperar mais uns tres meses. Esses médicos devem viver a cada três meses porque esse prazo foi o que eu mais ouvi nesses últimos anos. Três meses depois, lá estava eu de volta, sem nada de bebê e sem diagnóstico de nada também. Dessa vez eu e o marido íamos tomar antibiótico por 10 dias para tratar uma possível inflamação nas trompas e saí de lá com um pedido de RM da pelve para descartar endometriose. Eu não tinha queixas, mas melhor ter certeza do que ficar na dúvida né!

Nessa consulta eu fui muito taxativa com o médico. Disse a ele que eu conhecia muito bem o meu corpo, e que sabia que ele vinha respondendo por tudo que eu fazia por ele. Que eu tinha plena convicção de que seria capaz de engravidar de forma natural e que nunca havia passado pela minha cabeça outra forma de engravidar, que meu objetivo com ele era de fazer qualquer exame para diagnosticar alguma doença ou irregularidade que comprometesse a minha fertilidade, mas que até o momento nós continuávamos no zero a zero. O médico concordou com tudo o que eu disse, falou que como eu tinha  32 anos ele ainda não queria pensar em reprodução assistida, e confesso que saí de lá aliviada.

Tomamos os remédios, mas não fiz a RM. Passou natal, ano novo e carnaval chegou. Era a hora de encarar tudo novamente! Pedi uma nova guia do exame e agendei pro 11 dia do meu ciclo a fim de não atrapalhar meu periodo fertil. Foi outro exame sofrido, onde passei muito mal com o preparo intestinal. Me via dentro daquele tubo frio e orava sem cessar para que Deus operasse um milagre ali. Naquele dia meu folículo dominante no ovário esquerdo estava com 26mm e se rompeu. Quando vi que a TB (temperatura basal) amanheceu alta no outro dia eu catei o marido logo cedo, mesmo sem aguentar e ainda passando mal. Foi nesse dia que fizemos nosso primeiro filho!

Naquela semana eu encontrei com uma amiga que é evangélica, e ela me disse que Deus estava a incomodando pra que eu lesse o livro de Samuel na bíblia. Eu larguei pra lá e acabei não lendo, mas depois de alguns dias me lembrei disso e fui ler o que dizia naquela passagem. Uma história muito linda que me tocou de uma forma diferente e de repente, fez todo sentido na minha vida. Deus precisa de gente de bem no mundo, para lutar por dias melhores, com muito amor pra dar o exemplo por ai, e eu coloquei o meu ventre e o meu filho como instrumento para que isso aconteça.

Os dias se passaram e eu já desconfiava da gestação, ainda sem acreditar que com tão poucos namoros minha hora tinha chegado. Um dia ao chegar em casa minha cachorrinha me fez uma bela surpresa, fez xixi e coco na minha cama todinha. Ela nunca tinha feito isso na vida! Isso me acendeu alerta total, mas ainda assim eu preferi aguardar o atraso com segurança pra não perder a dignidade e empoderamento que adquiri a duras penas nessa longa jornada.

Meninas, sempre fui uma pessoa extremamente positiva e acho que isso me ajudou muito. Eu me permiti viver os lutos de cada ciclo que começavam, mas nunca deixei que isso tirasse o meu brilho. Cada uma de nós sabemos o esforço e a dor que é viver um sonho que não acontece, num mundo de tantas incertezas. Se eu pudesse dar um único conselho: acredite no seu corpo! Acredite que tudo que nós fazemos por ele vai ter retorno, perceba os mais sutis sinais que ele nos dá. Sejam gratas por ter condições de fazer o que fazem, cada uma dentro de sua possibilidade, e não desanimem nunca. A nossa hora só Deus sabe, mas precisamos estar prontas e lindas pra carregar esses bebês que serão pura luz em nossas vidas! Foram dois anos e quatro meses de espera e onze gráficos completos, mas que valeram cada segundo para viver o que vivi.

Meu primeiro positivo veio no dia 12 de março de 2018. Tivemos um início de gestação lindo e sem nenhuma intercorrência. Vi meu bebê, ouvir seu batimento cardíaco, tudo perfeito! No dia 04 de maio tive um corrimento caramelo que me deixou intrigada, achei melhor ir na emergência e fazer um ultrassom. Caí do céu e vivi a dor mais intensa da minha vida no momento em que olhei a imagem na tela. Meu bebê estava exatamente do mesmo tamanho que eu vi cerca de 5 semanas atrás. Nosso primeiro ultrassom foi feito com 7 semanas e 6 dias e meu bebê parou de desenvolver com 8 semanas e 5 dias. Optei por esperar a expulsão natural. Sangrei por dois dias, mas na segunda feira (dia 07 de maio) a noite eu nao aguentei, tive febre, vômito, diarreia e depois de esperar por quase 7 horas de trabalho de parto ativo eu fui para o hospital e pedi para fazer a AMIU.

Vivi uns dois meses anestesiada, eu parecia estar melhor do que as pessoas que convivem comigo. Era Deus cuidando de mim para que a dor fosse cicatrizando!

Duas semanas depois do procedimento eu voltei a medir a TB porque eu precisava ver meu corpo funcionando novamente. De lá para cá tive dois ciclos anovulatórios, mas tudo bem. Não me lembro em qual momento voltei pro grupo, mas demorei um pouco porque eu precisava de um tempo pra mim. Eu só pensava em engravidar de novo, mas queria fazer tudo pra ter certeza de que não perderia mais um bebê por alguma “falha” minha. Me senti desamparada pela minha GO, que nem sequer pediu um ultrassom pra ver se estava tudo bem depois do procedimento. Voltei no especialista, que mesmo sem poder fazer muito, me acolheu da forma que eu precisava e respeitou o meu desejo de investigar trombofilia. Enquanto eu fazia os exames, consegui marcar consulta com a Dra. Monica Nardy. Qualquer adjetivo que eu colocar pra ela aqui, será pouco pra descrever o que ela é na vida das pacientes. A dor une as pessoas e tenho certeza de que nossos anjos brincam lado a lado no céu, enquanto nos encontramos aqui na terra. Ela chorou com minha história e me indicou a hematologista que trata ela. Consegui marcar com a hemato para dois dias depois, verdadeira providência divina porque a agenda dela tem 3 meses de espera. Na consulta ela avaliou os pedidos que o fertileuta tinha feito e completou com os que faltavam. Depois de dois meses de briga com o plano de saúde para conseguir fazer todos os exames sem pagar, tive a certeza de que tudo estava bem e que eu não tinha trombofilia. Ali me senti pronta pra me jogar de corpo e alma nos períodos férteis!

Marquei uma cirurgia ortognatica para resolver um problema de ATM pro dia 01 de setembro, minha condição pra fazer a cirurgia era ter certeza de que eu não estava grávida. Menstruacao veio dia 27 de agosto, então lá fui eu pra cirurgia a tempo de pegar o período fértil. Correu tudo bem e o PF (período fértil) veio com uma libido que nem me lembrava que tinha! Duas semanas depois da ovulação, como uma mulher empoderada que aprendi a ser, li todos os sinais do meu corpo e tinha certeza de que estava grávida! No dia previsto pra menstruação descer, dia 24 de Setembro de 2018, com a TB nas alturas, fiz um TG e deu super positivo!!! Beta HCG maravilhoso pra acalmar meu coração. Exatos 4 meses após a tempestade meu arco íris voltou!

Quatro dias depois eu tinha consulta de novo com a Dra Mônica, dessa vez pra mostrar o resultado dos exames da hemato, e levei junto o beta positivo. De novo choramos juntas, agora pelo meu milagre...ela também já estava grávida mas ainda não sabia! Pedi pra dosar a progesterona e ela achou por bem já suplementar direto até as 12 semanas, manteve toda a minha suplementação (que por sinal elogiou demais e não mudou uma vírgula).

Decidi esperar para anunciar a gravidez porque o medo nessas horas vem forte junto com toda a emoção. Dia 26 de Novembro fizemos a TN e descobrimos o sexo da minha bebê, uma princesa pinta o meu mundo de cor de rosa!!

Sou muito grata a Anne por ter se dedicado tanto a ajudar todas nós! Sou grata pela vida de cada uma que cruzou por mim aqui, pelas amigas que fiz, por todas que estão gravidinhas e principalmente por cada uma de vocês que vou deixar por enquanto. Logo logo vocês estarão todas grávidas e cheias de luz pra gente iluminar ainda mais esse mundão! Eu prometi e repito que enquanto eu vida tiver, irei orar a Deus pelas mulheres que sonham em ser mãe, para que aprendam a colecionar as pedras que aparecerem no caminho e a construir belos castelos.

Ah, lembram da história do livro de Samuel que minha amiga me pediu pra ler? Então, em resumo da história, Ana (a mãe) viveu anos de infertilidade até engravidar, e quando conseguiu prometeu que daria seu filho em sacrifício. Quando ele completou 3 anos ela o levou para a igreja e lá ele ficou para ser servo da palavra de Deus. Quando eu li isso eu entendi que Deus queria que meu filho fosse testemunha viva do milagre que ele nos concedeu, mas eu falava com Deus que não teria coragem de dar o meu filho em sacrifício, eu não sabia como fazer isso. Eu esqueci completamente dessa história durante o meu luto, e só depois que eu engravidei novamente isso voltou na minha memória. Então eu fui entender que essa passagem era um aviso de que tudo aconteceria como precisava acontecer! Nenhuma mãe tem coragem de sacrificar a vida do seu filho e não era isso que Deus esperava de mim. Ele estava me avisando que Ele faria tudo na hora certa e que eu só precisava crer nos planos e promessas que fez na minha vida! Ah meninas, Deus é perfeito e nos coloca provações na vida porque sabe que vamos superar todas elas.

Creiam no propósito de vocês, tenham fé, e não questionem as dificuldades que vão surgir. Aceitem de bom grado porque logo tudo se ajeita e nosso coração transborda de alegria. Deus abençoe cada uma de vocês com calma, paciência e muita fé de que tudo vai dar certo!

Durante todo esse tempo eu usei:

Marido usou:

Gráfico de Temperatura basal da Ana Carolina

Palavras chave: relato, positivo, gravidez, método sintotermal, gráfico, temperatura basal, trombofilia, suplementação, fórmula Sophia, fórmula Thor, cloreto de magnésio, Two Per Day, lugol, elixir de inhame, Mega DHA, óleo de copaíba, período fértil, AMIU, aborto retido, bebê arco íris. 





ATENÇÃO:

As opiniões acima possuem caráter meramente informativo e não substituem a consulta com um médico e ou nutricionista.

O relato acima representa a opinião da autora do mesmo e não da administração do blog.

Não é finalidade deste blog a análise ou emissão de qualquer tipo de diagnóstico às usuárias, tarefa esta reservada unicamente ao seu respectivo médico ou nutricionista de confiança.

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