sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Por que não amo meu bebê? A culpa é dos hormônios!

Oi gente do meu Brasil varonil. Tudo bem com vocês?

Confesso que demorei mais tempo pensando no título para esse post do que para escrever o post hahahaha. O título é pra chocar mesmo. E já adianto: quem não é mãe, não vai entender. E se duvidar, vai criticar, dizendo que a gente é exagerada, que "a avó teve 18 filhos, amou todos e deu conta de tudo". Aham, senta lá, Cláudia. Quando você tiver teu próprio rebento, a gente volta a conversar.

Hoje estava inspirada e escrevi um textinho aqui sobre "AMOR", nosso amor pelos nossos filhos. Espero que gostem!



O que significa "amor"?

O que diz o dicionário?
Sentimento de afeto que faz com que uma pessoa queira estar com outra, protegendo, cuidando e conservando sua companhia. Fonte: Dicio
O dicionário Aurélio explica que "amor é uma emoção ou sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem a outra pessoa [...]." Coordenado pelo sistema límbico, responsável pelas emoções, amor é biologia pura. 

"Para o psicólogo Erich Fromm, ao contrário da crença comum de que é algo "fácil de ocorrer" ou espontâneo, o amor deve ser aprendido; ao invés de um mero sentimento que acontece, é uma faculdade que deve ser estudada para que possa se desenvolver - pois é uma "arte", tal como a própria vida." Fonte: Wikipédia

Vamos então elencar os principais significados do amor:
- Afeto
- Proteção
- Cuidado/Zelo
- Dedicação
- Paixão

Em quase todos os lugares, o termo "paixão" vem por último. Na verdade, os principais autores não correlacionam uma coisa com a outra. Afirmam que a paixão e o amor são emoções diferentes, química-hormonalmente falando. Cada um no seu quadrado.

A endocrinologista Adriana Pessoa explica: quando há paixão, "ocorre uma intensa atividade cerebral regida pelos hormônios: dopamina, serotonina, estrógeno, oxitocina e testosterona." Este estado compartilha os mesmos circuitos cerebrais da obsessão, mania, intoxicação, sede e fome. As áreas do cérebro que se encontram ativas em uma pessoa apaixonada são as mesmas ativadas pelas drogas ilícitas. A amígdala (área do cérebro responsável pelo sistema de alerta/medo) e córtex cingulado anterior (região responsável pelo pensamento crítico) encontram-se “desligados” quando os circuitos da paixão estão operando a todo vapor. Fonte: AP

❗Para a maioria das pessoas, "amor" significa se entregar com paixão avassaladora a alguém, aquela coisa de arrepiar os pêlos do corpo, o coração palpitar e a emoção aflorar. Mas isso não é amor! Isso é paixão!

🤔Pergunto: será então que a auto cobrança para "amar" nossos filhos não está muito ligada a uma concepção errada do que é "amor"? Pense bem. Questione-se. Seja crítica com esse assunto, isso vai te fazer bem.

Muitas amigas se questionam quando vão sentir aquele amor arrebatador pelos filhos, tão relatado pelas mães plenas, belas e felizes. Eu mesma já me questionei isso! Me sentia infeliz, incompleta, menos mãe. Minha concepção de "amor" estava bem errada. Comecei a olhar para meu filho em meus braços e a me questionar: se isso que eu sinto não é "amor", é o que então? 

A mídia e o marketing fazem uma lavagem cerebral nas pessoas, fazendo-as questionar os próprios sentimentos. Te vendem uma ideia de maternidade e amor fictícios. Uma maternidade impossível e um amor fantasioso. Sabe por quê? Por que isso é rentável. "Olha aqui, mãezinha, compra esse brinquedo caríssimo pro teu filho, porque isso vai fazer vocês se amarem ainda mais", "ser mãe é maravilhoso, o amor é incondicional e as dificuldades são mínimas perante esse amor". Oi? Tem até gente por aí, em perfis pseudocientíficos, dizendo que exaustão é amor, que tudo bem uma mãe estressadíssima com total privação de sono. Como dizem, menos, gente, beeem menos. Romantizar a maternidade não é nem um pouco legal.

➡️Ah, e já adianto: cortisol (hormônio do stress) compete com a oxitocina (hormônio do amor)!! Quando um está alto, o outro está baixo. Sabe o que isso significa?! Significa que química-hormonalmente falando é impossível sentir essa PAIXÃO por nossos filhos se o nosso cortisol está altíssimo por simplesmente PRIVAÇÃO DE SONO (entre outros).
Da mesma forma, quando a oxitocina está alta, o cortisol abaixa. É por esse motivo que quando a oxitocina está em alta, tendemos a ser menos críticos com quem amamos.

Uma amiga foi questionada pelo marido, quando o bebê dela tinha 15 dias. "Quando você olha pra ele, você sente o quê?". E ela respondeu na lata: NADA.
Mas ali estava ela, doando seu tudo por aquele serzinho. O bebê dela foi muito desejado! Ela lutou contra a infertilidade, lutou contra a trombofilia a gestação inteira, lutou por um parto humanizado, lutou para amamentar em livre demanda. E mesmo assim, ali estava ela, uma verdadeira mãe, se doando em completa entrega e devoção ao filho.

Quantas de nós não passamos pela mesma situação? Aposto que a maioria! Como tudo na vida, acredito sim que há excessões e algumas amaram apaixonadamente seus bebês de forma imediata. Mas a maioria tá do outro lado. Vivendo a loucura do puerpério e tentando achar algum sentido em tudo aquilo que está sentindo. Muito mais do que AMOR, puerpério é DOR. Seja dor física, emocional ou espiritual. É dor. Seja perda de identidade, hormônios a mil, privação de sono, falta de empatia, amamentação difícil ou impossível, dor do parto normal, dor da cesárea. É uma confusão. 

Vamos voltar pro AMOR. Então, concluo que:
- Eu sempre AMEI meu filho, porque sempre dei o meu melhor para ele: afeto, proteção, cuidado, zelo, dedicação.
- Comecei a sentir PAIXÃO por ele depois que ambos começamos a dormir melhor e o meu nível de cortisol abaixou. Isso aconteceu quando ele completou 1 ano de idade.

Hoje, neste momento, eu amo e sou apaixonada pelo meu filho.
🤬Porém, quando estou estressada, com privação de sono, sem paciência e meu filho está se "comportando mal", meu cortisol aumenta e minha dopamina, serotonina, e oxitocina caem. Não deixo de amar meu filho, mas NAQUELE MOMENTO, não estou apaixonada por ele. Aliás, ele não precisa se "comportar mal" para que eu deixe de sentir paixão. Se estou demasiadamente preocupada, isso também pode acontecer.

Não há absolutamente nada de errado com você por não sentir aquela paixão. A maioria de nós não sente e tá tudo bem, não é algo vergonhoso que devemos esconder.

🌸Vamos todas entender como os hormônios trabalham no nosso corpo e ter paciência. Puerpério é muito difícil. A cascata hormonal deixa a gente piradinha. Mas vai passar.
🌎O universo irá conspirar para que nossos hormônios entrem em perfeita harmonia e a gente sinta a tão falada e esperada paixão pelos filhos. Porque amor a gente já tem de sobra. Só falta dormir rs.

Vou gostar muito da contribuição de vocês. Um beijo!

terça-feira, 20 de agosto de 2019

A tal da chupeta e o que ninguém tem coragem de falar: um relato de confusão de bicos

A tal da chupeta e o que ninguém tem coragem de falar

Esse texto foi escrito por mim, Anne, quando Arthur tinha 9 meses, chupava chupeta e de cara apresentou sinais avançados de confusão de bicos. O objetivo, na época, era postar nos grupos pró-amamentação para conseguir ajuda. Não tive coragem de escancarar minha intimidade e meus sentimentos. Hoje, me sinto mais confiante e com a missão de alertar outras mães. Arthur está com 1 ano e 8 meses (completa hoje), é amamentado e o vínculo se fortalece a cada dia.

Bicos artificiais como a chupeta podem causar confusão de bicos, impedindo a amamentação e causando desmame precoce. O choro do bebê e a recusa de ser amamentado ao seio podem ser sinais de confusão de bicos.
A recusa do bebê, o choro excessivo e a dificuldade de ser amamentado no seio podem ser indícios de confusão de bicos.

Antes de mergulharmos na minha experiência com a chupeta e a confusão de bicos que ela causou no meu filho Arthur, quero compartilhar algumas informações importantes sobre este assunto. Como mãe, acredito que é essencial estar informada e preparada para as complexidades da maternidade, especialmente quando se trata de algo tão delicado quanto a amamentação.

Confusão de Bicos: O que é?

A confusão de bicos ocorre quando um bebê tem dificuldade em alternar entre a amamentação no seio e o uso de bicos artificiais (como chupetas ou mamadeiras). Do ponto de vista fisiológico, isso acontece porque os músculos e movimentos utilizados para a sucção em cada um desses métodos são diferentes. No seio materno, o bebê realiza um movimento mais complexo, envolvendo a sucção profunda e a compressão da aréola, enquanto nos bicos artificiais, a sucção é mais superficial e menos complexa.

Dados sobre Amamentação

Um desafio significativo para a continuidade da amamentação exclusiva é o uso de bicos artificiais. No Brasil, metade das crianças de até dois anos usa mamadeiras, chuquinhas e chupetas​​. Essa prática pode interferir na amamentação exclusiva e causar a confusão de bicos. Além dos benefícios para os bebês, a amamentação também traz vantagens significativas para as mães, incluindo a redução do risco de desenvolvimento de câncer de útero e de mama​​​​.
  • Amamentação no Brasil: Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a taxa de amamentação exclusiva em crianças menores de 6 meses tem aumentado ao longo dos anos. No entanto, a introdução de bicos artificiais ainda é um desafio, pois muitas vezes é associada a uma menor duração da amamentação exclusiva. No Brasil, a taxa de amamentação exclusiva em bebês com até seis meses é de 45,8%​​​​. Isso indica que menos da metade dos bebês nessa faixa etária são alimentados exclusivamente com leite materno. 
  • Amamentação no mundo: A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda amamentação exclusiva até os 6 meses de idade e continuada até os 2 anos ou mais. No entanto, globalmente, apenas cerca de 40% dos bebês menores de seis meses são amamentados exclusivamente. Nos Estados Unidos, a taxa de amamentação exclusiva até os seis meses é relativamente baixa quando comparada com as recomendações globais. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), apenas 25% dos bebês são amamentados exclusivamente até os seis meses de idade. Fatores culturais, a curta duração da licença maternidade e a prevalência de mitos e equívocos sobre a amamentação podem contribuir para essas taxas mais baixas. Por outro lado, países como a Noruega apresentam taxas significativamente mais altas de amamentação exclusiva. Na Noruega, mais de 70% dos bebês são amamentados exclusivamente até os seis meses. Políticas de apoio à maternidade, como licenças maternidade e paternidade generosas e um forte sistema de apoio à saúde, desempenham um papel crucial nesses altos índices. Enquanto nos EUA a licença maternidade é frequentemente curta e sem remuneração, na Noruega, as famílias têm direito a licenças remuneradas extensas, além de um robusto suporte de saúde pública, o que facilita e incentiva a amamentação exclusiva por mais tempo.
  • Meta da Organização Mundial da Saúde: A meta estabelecida pela OMS é aumentar em 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida até 2025​​. Isso reflete o esforço global para incentivar a prática da amamentação exclusiva.

Impactos da introdução precoce de bicos artificiais

Estudos indicam que a introdução precoce de bicos artificiais pode levar a uma redução no tempo total de amamentação. A OMS e o UNICEF recomendam evitar o uso de bicos artificiais para promover a amamentação exclusiva. A introdução de bicos artificiais tem sido associada a uma maior incidência de desmame precoce.

Rejeição do seio e preferência pelo bico artificial

Estudos indicam que bebês expostos precocemente a bicos artificiais podem desenvolver preferência por esses devido à menor exigência de esforço para sucção. Diferentemente do seio, onde o bebê precisa de uma combinação de sucção, compressão e movimentos peristálticos da língua, os bicos artificiais liberam o leite com menos esforço. Esse contraste pode levar à preferência pelo bico artificial e rejeição do seio.

Alteração na técnica de sucção e problemas na pega

A mecânica da sucção é significativamente diferente entre o seio e os bicos artificiais. No seio, o bebê precisa abrir amplamente a boca, criar um vácuo e utilizar a língua de forma ativa para extrair o leite. Com bicos artificiais, a língua desempenha um papel menos ativo, e a sucção é frequentemente mais superficial. Essa diferença pode levar a uma pega inadequada quando o bebê retorna ao seio, resultando em dor e possíveis lesões para a mãe, além de uma extração ineficiente do leite.

Diminuição da produção de leite

A produção de leite materno funciona em um sistema de oferta e demanda. Quando a sucção é menos frequente ou ineficiente devido à confusão de bicos, pode ocorrer uma diminuição na produção de leite. Isso é especialmente crítico nos primeiros meses de vida do bebê, quando a amamentação é a principal fonte de nutrição. Estudos mostram que a redução na estimulação do seio pode levar a uma menor produção de leite, comprometendo o crescimento e desenvolvimento do bebê.

Impacto emocional na mãe e no bebê

A amamentação é mais do que uma forma de alimentação; é um momento de vínculo e conexão entre mãe e filho. A confusão de bicos pode trazer estresse e ansiedade para a mãe, que se preocupa com a alimentação e o bem-estar do bebê. Para o bebê, a rejeição do seio pode resultar em frustração e irritabilidade, afetando seu estado emocional e bem-estar.

Conclusão e reflexão pessoal

Como mãe que passou por essa experiência, sei o quão desafiador pode ser navegar por essas águas turbulentas da amamentação. Meu relato a seguir reflete não apenas as dificuldades enfrentadas, mas também o aprendizado e a resiliência desenvolvidos ao longo dessa jornada.

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Meu relato pessoal de confusão de bicos causada pela chupeta

 

Preciso de ajuda.

Preciso começar dizendo que "eu sabia". Eu sabia que poderia causar desmame precoce, eu sabia que uma hora ou outra ele poderia rejeitar o peito, eu sabia que "ela" poderia nos causar problemas. Só não achei que seria tão doloroso para mim. 

A chupeta.

Eu dei. Mesmo conhecendo os riscos. Eu dei, consciente (será? Hoje questiono). Eu dei num momento de total fragilidade física, emocional, espiritual (não quero me justificar, mas quero explicar). 

Tive tireoidite pós-parto com hipertireoidismo, então o cansaço normal do pós parto era multiplicado. Eu não tinha energia para nada. Emagrecia mesmo comendo o mundo. Estava exausta. Um bebê que não dormia por nada durante o dia e acordava 8-12x na noite (chegou a acordar 18x váááários dias). Longe da família, marido o dia todo fora, sozinha com um bebê e a casa para cuidar. Porém meu bebê sempre negou a chupeta. Com 5 meses, os dentes nascendo, no auge no desespero, privação total de sono, com os hormônios da tireóide fora do controle e com um ultimato do pediatra pró amamentação (será?), dei a chupeta. Na verdade dei sem pretensão, achei que ele iria apenas morder. Mas ele chupou! Foi um misto de alívio com desespero. Dei a chupeta porque achei que estava escolhendo um mal menor. Eu pensei: melhor a chupeta do que a mamadeira com fórmula (sugestão do pediatra que queria que eu tratasse imediatamente a tireóide e que desconhecia que os medicamentos eram SIM compatíveis com a amamentação).

Achei que por ter informação e conhecer os sintomas de confusão de bicos, eu saberia intervir e que seria muito simples retirar a chupeta caso a confusão de bicos acontecesse (#SQN).

Vale dizer aqui que a chupeta ajudou muito pouco, se é que ajudou em algo. Ao mesmo tempo que acalma ele para conseguir relaxar e dormir (única "vantagem" que percebi), durante o sono ele perde inúmeras vezes a chupeta e continua acordando porque a chupeta caiu da boca. O choro? Não diminuiu. É, o bebê tem a capacidade de chorar com a chupeta na boca. Isso quando ela não cai, literalmente, de minuto em minuto. "Ahhh, mas o bebê mesmo consegue colocar a chupeta na boca. Não, colega. Sabe com quantos meses ele vai adquirir essa habilidade?" Arthur com 9 meses ainda não consegue. Quem dirá no meio da noite, no escuro.

Há cerca de 3 semanas atrás, os dentes incisivos centrais superiores dele começaram a machucar meu seio direito (justamente o lado que mais produz). Uma colega me alertou sobre a pega, mas achei que não fosse isso, pois eu achava que a pega não havia mudado, apenas os dentes haviam nascido. Com muito lanolina + paciência, resgatei a almofada de amamentação, o contato barriga com barriga e arrumamos a pega. Rapidamente o peito cicatrizou e prosseguimos com a amamentação, achando que a chupeta não era a culpada. 

Do nada, há poucos dias atrás, ele passou a fazer ânsia de vômito com o peito. Isso dilacerou meu coração. Como estava calor + dentes nascendo + falta de apetite, tentei me convencer de que novamente a chupeta não era a culpada. Ele passou a fazer greve de amamentação, no auge de seus 9 meses. Como sempre mamou apenas leite materno, na hora do fome, ele contornava a ânsia e mamava. Mas apenas o suficiente para saciar a fome, penso eu. De madrugada continuava mamando normal. Apetite para comida também está bastante reduzido, mas aí penso que há uma associação direta com a dentição.

Quando grávida, não tinha grandes aspirações em relação à amamentação. Tinha como objetivo a amamentação exclusiva até os 6 meses, a partir daí, o que viesse seria lucro. Não achei que iria amar tanto amamentar, que seria um momento tão lindo e de total entrosamento com meu filho. 

Eventualmente ele também bebe água num copo que tem bico de silicone, mas como também bebe água em copo normal, esse bico de silicone vai já pro lixo.

Não encontrei nenhum relato de bebê maior com confusão de bicos em relação à chupeta. Tenho total apoio do marido. Ele é firme e não se incomoda com o choro do bebê. Já eu, sofro muito. Arthur já sabe pedir pelo bico e negá-lo me entristece muito. Porém sei que é necessário, serão alguns dias difíceis, mas talvez eu consiga.

Não notei (ainda) diminuição na produção de leite (provavelmente porque ele ainda mama várias vezes de madrugada). Passo o dia em função do bebê, não estou trabalhando no momento.

Enfim... consigo reverter a situação? Sei que estamos tendo sinais muito graves de confusão de bicos.

De todo o coração, peço empatia, principalmente às minhas amigas que estão lendo este post, e que me avisaram de que isso poderia acontecer. Vocês me acompanharam e sabem o que eu passei. 

Muito obrigada e um abraço.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Relato de positivo - Mara

Genteeeee

Tudo bom?? Já estamos no meio de agosto e nada de relato aindaaaa! Me perdoem. Mas tá corrido demais e não estou dando conta. Queria poder postar os relatos também no Instagram, mas não tá rolando. É mais difícil postar lá e acabo sempre deixando pra depois. Me sigam lá no Insta.

Olhem que bacana, a Mara e o marido estavam se preparando para iniciar a Inseminação Artificial, mas não foi preciso! O milagre chegou antes. Quase 2 anos de espera, confiantes de que a benção chegaria. Hoje a Mara tá no G4 com seu baby e temos uma convivência diária. ❤


Tenho 29 anos, completo 30 em julho. Tentante desde maio de 2016. Na minha primeira consulta de tentante descobri a SOP. Mas não investiguei e a médica não explicou o q era. Me passou AC. Não tomei. Fui em um especialista em reprodução ele disse tb q eu tinha SOP e que nao era pra tomar esse ac q a gineco passou, olhou uns exames q eu tinha e passou indutor + ultras+ choriomom 2 vezes, sem sucesso. Eu pedi pra ele passar o pedido de espermograma, no resultado (alta quantidade, baixa motilidade) ele disse q a gente nao ia conseguir engravidar e falou pra fazer IA (4 meses de tentante). Odiei ele por essa fala! Parei de ir nele e procurei outra médica. 
Nessa época entrei no grupo (final de 2016) e comecei a pesquisar tudo no blog. Fiquei encantada com tanta informação preciosa. Essa outra médica disse q eu tinha SOP (mesmo com ciclo regular) e resistência a insulina. Passou indutor mas não fazia ultra pelo plano. Tentamos 2 vezes com a ultra seriada. Sem sucesso. 
Eu fiquei desanimada e parei as tentativas por uns 7 meses e até saí do grupo. Entramos em crise no casamento, quase divorciamos, mas graças a Deus foi so uma crise! Tudo se resolveu e voltamos às tentativas (setembro 2017). 
Voltei pro grupo e comecei os gráficos de vez, parei de só observar (para as q entraram agora: APENAS PARECE SER DIFICIL FAZER O GRÁFICO, NO PRIMEIRO CICLO FAZENDO VC PEGA O JEITO e não consegue mais imaginar a vida de tentante sem esse gráfico kkk).
Essa médica pediu histerossalpingografia e nao achou nada no resultado, me passou 6 meses de indutor em casa sem ultra. Choquei. Mas Usei 2 meses (dez 2017 e jan 2018) e parei pelo empoderamento kkk.
O grupo me ajudou 100%! Nao me imagino sem ter entrado nesse grupo maravilhoso! Todas adms muito atenciosas, tiravam todas as minhas dúvidas, a Miriã é a q mais me aguenta ate hj kkk.
Manipulei pela primeira vez em dezembro 2017: usei formula sophia + cloreto magnésio (pó) + oleo copaiba+ agua inglesa (2 ciclos) + amora + maka peruana + colageno Hidrolisado. Usei de la pra ca certinho e sempre fazendo os gráficos. Em fev 2018 decidimos procurar outro especialista, a Miriã me indicou um médico maravilhoso. Na consulta com ele eu descobri q fui diagnosticada esse tempo todo com SOP e na vdd nao tinha SOP. E na exame da histeros... apareceu uma trompa elevada e nao aparecia a outra trompa (n se sabe se foi a posição do exame ou se realmente so tenho essa trompa elevada). Ele foi um amor de médico, segurou na minha mão e disse olhando nos olhos pra eu nao preocupar pq ele tinha certeza q eu iria ser mamãe. Ele pediu um espermograma e passou umas vitaminas (tinha acabado de comprar a Fórmula Thor pro marido). Voltamos nele qndo iniciei um novo ciclo pra ele acompanhar a evolução da ovulação vimos somente 1 vez no ultra (5DC) e ele pediu pra fazermos IA pra nao perdermos mais tempo pq ja tinha 2 anos q estávamos tentando em casa e assim o resultado seria mais rápido. 
Fomos pra casa dispostos e decididos a fazer a IA no próximo ciclo. Procuramos tudo sobre IA, todos os valores de quanto iriamos gastar e começamos a nos preparar financeiramente. Aguardei a menstruação vir pra dar início, fizemos todos os exames de sangue q precisava, no PF desse ciclo (abril) namorei e fiquei de pernas pra cima (n tinha dado tempo de fazer efeito das vitaminas pro marido) e ja comecei nessa fase a me sentir mãe, comecei sentir uma sensação beeeem diferente, uma emoção sem igual, um frio na barriga, coisa diferente mesmo. 
Chegou o dia da menstruaçào vir e nada, o gráfico deixou todas do G2 ansiosas kkkkk e eu não queria perder o empoderamento. Tentei esperar 3 dias de atraso pra fazer TG de farmácia. 1 dia antes do teste eu senti um calafrio de emoção q durou o dia inteiro, meu marido falou assim: vc ta grávida, tá emocionada pq nosso filho ta ai ja. Eu so sorria. 1o dia de atraso fiz TG de farmácia a noite kkk deu negativo, lógico. 3o dia de atraso fiz pela manhã 7h e deu uma linha tão discreta q eu forçava a visão pra poder vê-la, mostrei na mesma hora pra Miriã antes do marido kkk ela disse q achava tb ter visto a segunda linha. Quase morri, chorei sozinha no banheiro. Fiz o beta 27/04 de manhã e as 11h saiu o resultado: 77, positivão. Fiz uma surpresa pro marido q nem esperava o resultado no mesmo dia rsrs. Ele chorou e comemoramos muito nosso milagre! 
Estamos anestesiados ainda de tanta emoção, muita gratidão a Deus (realizou meu sonho sem precisar da IA) e muita gratidão por existir esse grupo abençoado que ajuda tantas mulheres a realizarem seus sonhos e principalmente o empoderamento q sem esse fica muito mais difícil a caminhada. Estou pedindo a Deus pra todas vcs alcançarem, o mais rápido possível, o positivo de vcs, pra nos encontrarmos todas no G3 (grupo de gestantes)! Nunca desistam, pode parecer impossível as vezes, mas Deus sabe de tudo, Ele criou o universo e faz tudo perfeito no tempo dEle. Tenham fé e continuem sempre!
Fiz minha primeira ultra hoje (08/05).  Estamos de 5 semanas. So consegui ver o saco gestacional e a vesícula.  Daqui 2 semanas veremos o embrião e os batimentos ❤. Muita emoção! 
Boa sorte a todas.
Não fiquem em apenas uma opinião médica, se empoderem, leiam todos os textos do blog da Anne, se não se sentirem seguras com um médico, troquem! Façam os gráficos, suplementem-se, sempre fique confiante, seu corpo ouve o que vc fala pra ele, ora e profetiza na barriga de vcs, fiz isso por quase 2 anos.
Desculpem pelo textão. Rsrs
Gráfico de temperatura basal da Mara

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