sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Como a Joice engravidou após abortos, trombofilia, MTHFR, Pai 1, NKs alteradas e endométrio fino

Começamos mais um ano, e mesmo que já estejamos em fevereiro, 2025 ainda traz consigo aquele sentimento de recomeço, renovação e esperança. Para muitas tentantes, cada novo ciclo representa uma nova chance, um novo capítulo a ser escrito. E nada melhor do que iniciar o ano com um relato inspirador, cheio de desafios, aprendizados e conquistas.

Nem sempre a maternidade acontece como planejamos, e a Joice é prova disso. Planejadora por natureza, sempre teve a vida bem estruturada, desde o namoro até o casamento. Mas quando decidiu engravidar, percebeu que os planos de Deus eram muito diferentes dos seus.

Seu primeiro positivo veio rápido, sem dificuldades, mas também sem suplementação. A alegria, no entanto, se transformou em luto com a perda precoce do bebê. O que veio depois foi um turbilhão de sentimentos: um ciclo de tentativas, frustrações, mais uma perda e, finalmente, respostas. A Joice enfrentou resistência médica, investigou por conta própria e descobriu a trombofilia, uma condição que pode estar por trás de muitas perdas gestacionais.

Com fé, informação e um protocolo bem estruturado, ela encontrou o caminho para realizar o sonho da maternidade novamente. Seu relato é inspirador e um verdadeiro testemunho de luta, mostrando que a busca pelo conhecimento pode mudar destinos. Se você também está nessa caminhada, que as palavras da Joice tragam esperança e força para seguir em frente.

Agora, convido você a conhecer cada detalhe dessa incrível trajetória. 💛


“Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” Jeremias 29: 11-13

Se existe uma pessoa planejada nessa vida, essa pessoa sou eu. Eu calculo milimetricamente cada passo da minha vida. Foi assim com namoro, noivado, casamento, e não seria diferente com os filhos. Eu e meu marido estamos juntos há quase 21 anos (9 de namoro e quase 12 de casamento). Quando tínhamos cerca de 5 anos de casados, ele começou a me pedir muito um filho, mas eu estava iniciando minha carreira profissional e filhos ainda não estavam nos meus planos. Foi aí que nos presenteei com nossa primeira filha pet. Fez efeito! Amamos tanto ser pais de cachorro que compramos mais uma e vivemos felizes por um tempo. Em 2015, achei que estava na hora de encomendar nosso filho humano. Parei o AC em abril e usava preservativo nos dias que achava que eram férteis. Tirei férias em maio, passei na GO e pedi um check-up + a prescrição das vitaminas pré-gestacionais. Fiz os exames e viajamos. Fizemos uma viagem maravilhosa pelo Nordeste, minha menstruação estava prevista para o início de maio, mas cadê que ela vinha? Na véspera do Dia das Mães de 2015, estávamos em Jericoacoara quando baixei um app para acompanhar o ciclo e fui alimentando com os dados que lembrava. Até que apareceu um alerta: "Você está com 10 dias de atraso e teve relações no período fértil. Faça um teste de gravidez!" Oi? Como assim eu posso estar grávida? Fiz meu marido procurar uma farmácia em Jeri e comprar um teste. Já era noite, mas não me aguentei e fiz assim mesmo. Apareceram duas listrinhas, mas a segunda muito clarinha. Pensei que não era gravidez por conta da cor, mas o mestre Google dizia que, independente do tom da listra, se aparecesse, era positivo. Não acreditei. Fomos à outra farmácia que achamos e compramos outro teste. Esse eu deixei para fazer de manhã porque o primeiro poderia estar errado por ter feito à noite. Mal dormi. Acordei de madrugada e fiz o outro teste. Dessa vez, a segunda linha apareceu bem forte! 

Meu Deus, estou grávida! E eu nem estava tentando, como foi fácil! Voltamos pra Fortaleza nesse domingo à noite e, na segunda de manhã, procurei um laboratório lá mesmo pra fazer um beta, que deu 713. Passei o resto da viagem só pensando na gravidez, nos nomes e em tudo mais. Estava no céu. Voltamos de viagem e fiz um US no dia seguinte: 6 semanas e 3 dias. O médico disse que estava tudo bem, mas só depois eu tive consciência de que um embrião de 6 semanas com 103 bpm não é um bom prognóstico. Como tinha algumas amigas que passaram por abortos, eu não espalhei a notícia. Mantive só entre a família e pouquíssimos amigos. Com 8 pra 9 semanas, decidi fazer outro US porque meu coração não estava em paz e, pro meu desespero, o coração do meu bebezinho já não batia mais. Eu estava sozinha e me lembro como se fosse hoje. Saí daquele consultório aos prantos, desesperada, sem saber pra onde ir e nem o que fazer. Quando entro no carro, minha melhor amiga me liga transbordando de felicidade porque tinha acabado de descobrir a gravidez dela. Eu não conseguia aceitar aquela situação. Por que eu estava passando por aquilo? O que eu fiz de errado pro meu bebê morrer? Durante muito tempo, eu achava que a culpa era minha e tentava achar respostas. Esperei 2 semanas pela expulsão, as semanas mais sofridas da minha vida. Pra completar o trauma, nesse intervalo meu pai faleceu, nos meus braços, no dia do meu aniversário! Por que tudo isso? No dia seguinte ao sepultamento, entrei em aborto espontâneo, mas como já estava com curetagem marcada, acabei me internando e a médica finalizou a limpeza no centro cirúrgico. Eu já tinha ultrapassado todos os meus limites do luto e aquilo precisava acabar. Era tanto sofrimento junto que eu queria ser anestesiada e sumir um pouco do mundo. Após essa perda, comecei a ler muito sobre o assunto e descobri a existência da trombofilia. Mesmo com todos os médicos me dizendo que não fazia sentido eu investigar trombofilia com “apenas” uma perda, eu comprei briga com o mundo e consegui os pedidos dos exames médicos. Meu GO disse que após 3 ciclos eu poderia tentar de novo e, como meu ciclo reduziu pra 21 dias após a perda, em 2 meses tive os 3 ciclos necessários. Os exames ficaram prontos, o hemato jogou na minha cara que ele estava certo e eu não tinha nada (embora a homocisteína estivesse em quase 10 e faltassem muitos exames, mas eu não tinha conhecimento). Enfim, liberada pra tentar. Em agosto voltei a tentar e, no dia que decidimos tentar, eu e meu marido nos ajoelhamos juntos e oramos. Pedimos a Deus pra nos enviar nosso filho saudável e não nos permitisse perdê-lo. Depois de uns dias, tive um sonho: um anjo me dizia que eu estava grávida e que se chamaria Miguel. Não era só sonho! Nesse mesmo ciclo, engravidei e tive meu positivo dia 8 de setembro, 12º DPO. Foi a maior felicidade da minha vida até então. A gravidez transcorreu perfeitamente, tirando meu inchaço absurdo, não tive complicações. Até que com 37s +4d minha bolsa rompeu e, no dia 01/05/16, nasceu meu Miguel, aquele nascimento antecipado que provavelmente salvou a vida dele. Milagres de Deus! Eu já saí da maternidade planejando o segundo filho (sempre sonhei em ter 3 filhos) e dizia que, quando Miguel tivesse 2 anos, eu engravidaria de novo. Como tudo é muito planejado, Miguel fez 2 anos em maio/2018 e em junho eu parei o AC. O que eu não sabia é que os planos de Deus eram muito diferentes dos meus, e muita coisa iria acontecer até meu segundinho chegar. Seguindo minha programação, fui no GO, fiz todos os exames e iniciei o metilfolado. Uma amiga que estava tentando engravidar me falou do Blog Projetando um Bebê e sobre o grupo G2-Las Empoderadas, no quanto o grupo era consistente e passava informações incríveis de suplementação. Fiz a prova e entrei direto no G2. Meu único e exclusivo motivo pra entrar no grupo era aprender sobre suplementação, porque na minha mente eu já sabia tudo que precisava sobre a vida de tentante. E o que causou minha primeira perda, eu acreditava que tinha sido engravidar sem suplementar. No início, não me adaptei ao grupo e, como não estava tentando ainda, resolvi sair. Passaram uns dois meses, refiz a prova e voltei pro G2, por volta de agosto, quando decidi vestir a camisa, mergulhar de vez e iniciar também o sitotermal. Não foi fácil a adaptação, eu era muito resistente, mas aos poucos fui vendo fundamento em tudo e me envolvendo. Fui fazendo os gráficos pra conhecer meu padrão, fiz 3 ciclos de limpeza e em outubro comecei a tentar. Foi aí que descobri o endométrio fino e passei a testar alguns protocolos pra engrossá-lo. Foram 6 meses de tentativa que eu não esperava viver, já que eu tinha engravidado muito rápido das outras vezes. Até que no final de março descobri meu positivo. A felicidade durou apenas 1 dia porque, no dia seguinte, quando fiz o beta, já levei um balde de água fria: valor muito baixo pro tempo que eu sabia que estaria. Preparei uma surpresinha pro marido, mas entreguei pra ele já aos prantos, porque eu sabia que não iria pra frente. Eu não tive coragem de contar aqui. A cada beta repetido, as esperanças iam diminuindo. Fui acompanhando e, embora evoluísse, não dobrava em 48h. Já estava claro pra mim que a gravidez não evoluiria. E assim foi! A gestação não progrediu além de 4 semanas e, no final de abril, tive um aborto espontâneo. Acontece que, um pouco antes de descobrir essa gravidez, o papo de trombofilia no grupo estava bem intenso e acabei ficando muito intrigada. Consegui no laboratório todos os meus exames de 2015 que eu já tinha feito e montei uma planilha confrontando os exames que eu tinha com a lista do arquivo amigo. Percebi que alguns exames importantes ainda faltavam e foi aí que marquei com a Bianca Selva nossa primeira consulta. Lendo meu histórico e o histórico familiar, a Bianca achou meu caso bem sugestivo de trombofilia e foi aí que tive meu diagnóstico: MTHFR hetero nos dois genes e Pai 1 4G/5G, além das NKs alteradas. Meu mundo desabou! Morri de raiva dos médicos que me achavam louca e diziam que eu não tinha nada! Morri de raiva de mim por não ter feito os exames antes e por ter passado por outra perda, já que quando os resultados ficaram prontos, eu já tinha perdido meu bebê. Foi uma fase difícil que necessitou de muita terapia pra eu aceitar. Procurei uma hemato que me pediu mais alguns exames de SAAF, que não mostraram nada. Em agosto, tanto ela quanto a Bianca e o GO me liberaram e, em setembro, voltei a tentar, agora com um protocolo pré-definido pra minha nova condição. E, assim como no meu segundo positivo, eu e meu marido nos ajoelhamos juntos mais uma vez e oramos. Entregamos nossas tentativas no altar de Deus e mais uma vez pedimos juntos a Deus por um filho. Em setembro, descobri que meu endométrio estava com 4 mm no dia da ovulação e então iniciei um novo protocolo focando no endométrio e retornei à acupuntura. E foi aí que, no mês seguinte, em outubro, recebo meu sonhado positivo. Um teste em que só eu consegui ver a segunda linha — ainda assim, se eu piscasse, ela sumia. Mas eu tinha certeza de que estava grávida e apliquei o clexane mesmo assim, no 11º DPO. No dia seguinte, fiz um beta e lá estava o positivo confirmado. Dessa vez não teve surpresa pro marido, mas teve choro, muitas lágrimas de alegria! De lá pra cá, vim acompanhando com os betas que iam me tranquilizando. Depois comecei a acompanhar com as ultras e fui me sentindo em paz. De tudo isso que vivi nesse último ano de tentativa, perda, choro, aceitação e luta, eu precisei passar por tudo isso pra entender que não sou dona da minha vida e que os planos de Deus são muito maiores do que os meus. Que preciso acalmar meu coração, fazer minha parte e aceitar o que Deus tiver pra mim. É fácil? Jamais! É uma luta constante, é buscar viver um dia de cada vez, se permitir surtar às vezes (porque somos humanos), mas sim, temos que voltar pra casinha logo e arrumar forças pra retomar de onde paramos. Eu desejo de todo meu coração que o positivo de vocês venha logo, venha voando, porque passar esse quase 1 ano e meio aqui me fez amar muito mais as tentantes, me fez amar cada uma de vocês e me fez querer aplaudir a vitória de vocês na primeira fila, cheia de lágrimas nos olhos e gratidão no coração. Vocês são muito, muito especiais e vou guardar cada uma no meu coração!  

Não poderia finalizar esse relato sem fazer alguns agradecimentos especiais: - @Tábita por ter se tornado minha grande amiga, por falar comigo todos os dias que nem a nega do leite, por me ouvir, puxar minhas orelhas, me fazer rir, me fazer feliz. Você é muito especial e, quando seu positivo chegar, eu vou sair daqui como eu estiver, com barriguinha, barrigão ou cria pendurada na teta, mas eu vou te abraçar e te encher de carinho! - @~Ana Cláudia e Vitoria Calixto (que já está no G4), por todas as vezes que pude dividir meus medos e angústias com vocês. Por serem grandes companhias nas horas boas e ruins. Obrigada! - @Tatiane e @~Ana Cristina por serem tão carinhosas, tão receptivas. Tantas vezes vocês me deram suporte no privado e me trataram com tanto amor, me acolheram. Estarei sempre orando por vocês pra que Deus realize os sonhos que vocês carregam no coração! - @Admin Anne por ser tão paciente e ter me explicado tanto sobre suplementação. Aprendi demais aqui. Obrigada por ter criado esses espaços que tanto nos abençoam e mudam a nossa vida! - Demais adms, por todas as vezes que tiraram minhas dúvidas e me ajudaram quando precisei. Minha eterna gratidão! O trabalho que vocês fazem aqui abençoa a vida de todas nós. Que Deus retribua em dobro! 
Sobre meu protocolo, o meu foi esse:
  • Reestabelecer minha vida de oração e busca pela intimidade com Deus Sophia Plus Mag Vitamina E extra 100 mg Ubiquinol 100 mg Nac 400 mg por dia DHA 500 da Now (2 cápsulas por dia) Targifor 1500 mg dividido em 2 doses por dia (L-arginina) AAS (Somalgin cardio 81 mg) dia sim, dia não, desde que voltei a tentar Predisin de 5 mg após ovulação e aumentei a dose pra 10 mg após positivo Clexane 40 mg após positivo Ultrogestan vaginal após o positivo Acupuntura todo ciclo
Sobre o filme "O Renascimento do Parto", já tinha assistido os 3. O primeiro vi desde o parto do Miguel. Sou ativista do parto normal e não tenho dúvidas sobre os inúmeros benefícios que ele traz para mãe e bebê. Precisamos ter em mente que cesariana é uma cirurgia de grande porte, e sendo cirurgia, é pra ser usada quando há real necessidade e não apenas por escolha ou capricho. Ninguém é obrigado a escolher o parto normal, mas é nossa obrigação estar munida de informação e evidências para tomar as decisões com base nelas, afinal, somos As Empoderadas! Finalizo com essa palavra que recebi quando estava vivendo meu segundo luto e que fez muita coisa fazer sentido pra mim: “Deus usará a sua história como ferramenta de cura para outras histórias.” Serei testemunho dEle por onde passar e que outras mulheres não precisem viver o que vivi por falta de informação. Lutarei por isso! Grande beijo e que Deus encha o ventre de cada uma de vocês!




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